UTI
Edilson Dantas / Agência O Globo
Pacientes com Covid-19 na UTI de hospital privado em São Paulo

Em coletiva de imprensa transmitida nesta quinta-feira (14), profissionais de saúde em São Paulo alertaram para a gravidade e avanço da Covid-19 no estado, destacando o fato de que, a cada dia, novas características e sequelas da doença são descobertas. O coordenador do controle de doenças da secretaria estadual de saúde, Paulo Menezes, destacou que a infecção é "mais grave do que as pessoas estão imaginando" e possuir uma taxa de letalidade muito alta.

O diretor do Instituto Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira, também manifestou preocupação com o avanço da doença. "Nós temos uma taxa de mortalidade em UTI em torno de 20%. Isso quer dizer que a cada 5 pacientes que vão para UTI, um paciente não volta para casa. Além desses óbitos existem pacientes que estão evoluindo com insuficiência renal . De cada 10 pacientes, 4 evoluem para a necessidade diálise e ainda existem sequelas pulmonares. Ou seja, a questão é que estamos diante de uma doença nova que surpreende a cada dia com novas manifestações clínicas", disse. "A gente entende o impacto desse distanciamento na vida das pessoas, mas hoje é fundamental que todo mundo participe", destacou.

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Paulo Menezes também chamou atenção para o fato de que a quantidade de leitos de UTI disponíveis, embora fundamental, não é o suficiente para conter os danos da doença. "8% das pessoas que foram diagnosticada vieram a óbito em São Paulo e não foi por falta de UTI ", afirmou Menezes. "É porque cada dia que passa nós percebemos que o vírus é mais agressivo do que parecia no início da pandemia", disse. Nesta quinta-feira, o número de mortes por Covid-19 em São Paulo chegou a 4,3 mil, com projeção ainda mais grave para os próximos dias.

"Nós entendemos como o vírus ataca o organismo do indivíduo e hoje está claro que ele causa uma doença sistêmica e não apenas pulmonar", explicou, voltando a falar da importância da aderência às normas de isolamento social . "A gente precisa entender que o isolamento social é mais do que esperar que haja tempo de ter leitos com respiradores, mas também a única forma que temos de evitar que as pessoas peguem uma doença que pode trazer complicações muito graves", finalizou.

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