Composta por 15 pessoas, equipe brasileira liderada pela Fiocruz em Minas Gerais, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o Instituto Butantã, a USP (Universidade de São Paulo) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, busca desenvolver uma vacina segura e eficiente contra a Covid-19.
Segundo Alexandre Vieira Machado, que lidera o grupo, o Incor (Instituto do Coração) de São Paulo também trabalha no desenvolvimento da vacina, liderado pelo médico Jorge Kalil, e há troca de informações entre as duas equipes. “Esperamos que nós possamos utilizar a deles junto com a nossa em alguns testes”, diz.
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Machado explica que o trabalho de sua equipe está sendo feito a partir de algum conhecimento acumulado com o Sars-CoV-1, mas que, como desapareceu depois do surto de 2002, as pesquisas com ele foram interrompidas e por isso agora há mais dificuldade de se encontrar a vacina, com a pandemia em andamento e com um vírus muito mais contagioso e que causa consequências mais graves.
“É como ter que trocar o pneu de um carro em movimento descendo uma ribanceira”, afirma o pesquisador.
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“Não tem vacina pro Sars-CoV. É uma coisa muito triste e um recado para a ciência e para as agências de fomento. Somos frequentemente confrontados com doenças novas, como zika e chikungunya, e a volta de outras, como sarampo e febre amarela, isso desvia o foco das linhas de pesquisa e dos investimentos em vacina. Isso é ruim, porque se nós tivéssemos uma vacina aprovada para Sars-CoV-1, mesmo que fosse em fase clínica, numa plataforma que funcionasse, a gente poderia ter pulado algumas etapas”.
Porém, embora promissor, o trabalho ainda está longe de ser concluído. Segundo o pesquisador, o desenvolvimento laboratorial, com testes em camundongos, deve ser concluído em meados do ano que vem. Só deois será possível iniciar a fase clínica, que é mais complexa e cara, já que exige mais estrutura, pessoal especializado e condições sanitárias específicas.