O pneumologista e coordenador do centro de contingência da Covid-19 em Sâo Paulo, Carlos Carvalho, comentou nesta terça-feira (23) a relevância da pesquisa que aponta a dexametasona como um medicamento eficaz no tratamento de pacientes graves da Covid-19 . Apesar disso, o profissional de saúde destaca que existem efeitos colaterais e, por isso, deve-se respeitar a prescrição médica.
Ainda segundo Carlos Carvalho, as pesquisas mais relevantes sobre o assunto apontam que apenas pacientes graves se beneficiam da ação da dexametasona. "A grande mensagem desses estudos é que o medicamento pode ser benéfico nos pacientes de gravidade maior (...) mas o principal é não utilizar nas fases mais leves", disse.
O coordenador utilizou, como exemplo, o uso indevido da hidroxicloroquina como prevenção da Covid-19. "Se você estiver em casa, vale a pena comprar dexametasona na farmácia e tomar? não! não vale a pena pois inclusive tem efeitos colaterais. Ele não serve nessa fase, não previne a doença", reforça.
De acordo com cientistas da Universidade de Oxford, em resultados apresentados na semana passada, houve redução de um terço das mortes em pacientes que precisavam de tratamento com oxigênio e foram medicados com a droga. Entre os pacientes tratados em enfermaria, porém, os resultados foram muito menores.
"Esse é um medicamento para uso hospitalar que não deve ser usado fora do ambiente hospitalar, mas é uma boa opção e vai nos ajudar a diminuir a mortalidade dos pacientes graves ", encerrou o profissional de saúde.