Depois de o Brasil se tornar o segundo país do mundo a confirmar mais de um milhão de casos de covid-19
, a doença continua a se espalhar.
Ao mesmo tempo, a América Latina está entre as regiões que apresentam aumento nas infecções . Há grandes surtos em vários países, como Chile e Peru. Na semana passada, o México se tornou o sétimo país a superar oficialmente 20 mil mortes.
A seguir, veja sete gráficos que mostram a situação do Brasil, além de comparativos com outros países da América Latina:
O Brasil superou a marca de um milhão de casos de coronavírus no fim da semana passada. Nesta terça-feira (23/6), chegou a 1.145.906 milhão de casos. Só os Estados Unidos registraram mais infecções que o Brasil.
O Brasil também já registra mais de 50 mil mortes devido à covid-19. Nesta terça-feira (23/6), esse número subiu para 52.645.
Nesse quesito, o Brasil também aparece atrás apenas dos Estados Unidos, que têm mais de 120 mil mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins. Em terceiro, aparece o Reino Unido, com 42,7 mil mortes, segundo dados disponíveis nesta terça-feira (23).
Mas como esses números estão distribuídos em um país tão grande quanto o Brasil?
São 14 os Estados brasileiros que apresentam atualmente tendência de queda no número de internações hospitalares ligadas à pandemia de covid-19: Amazonas, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Cientistas ouvidos pela BBC News Brasil e informações da Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz ), que há anos gerencia o principal monitoramento de casos de doenças respiratórias do país, indicam que essa queda se deve às medidas de distanciamento social.
Por outro lado, registram um aumento das hospitalizações o Distrito Federal e outras seis unidades da federação: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.
Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão e Roraima apresentam estabilização ou sinais dela.
Essas análises foram feitas pela Fiocruz com base em registros de casos de síndrome respiratória aguda grave entre 7/6 e 13/6 — a covid-19 corresponde a 98% dos registros. Em geral, 13% dos pacientes infectados com o novo coronavírus precisam ser internados, sendo 30% deles na UTI.
Ao menos oito Estados apresentam taxa de ocupação de leitos UTI acima de 80% em 17 de junho: Acre, Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe, conforme mapa abaixo.
Mas é importante lembrar que esses números podem variar rapidamente. O principal hospital de Roraima (HGR) e seu anexo, por exemplo, registravam oficialmente 71% de lotação no dia 7/6. Uma semana depois, estavam com 110% da capacidade.
Além disso, mesmo os Estados com média mais baixa enfrentam situações graves em parte dos hospitais ou das cidades.
E a América Latina?
O primeiro caso confirmado na América Latina foi identificado no Brasil em 26 de fevereiro, embora pesquisadores tenham dito que há indícios de que houve casos já em janeiro.
Desde então, o coronavírus se espalhou para todos os países da região. São menos casos e mortes do que na Europa e nos Estados Unidos , mas o número de testes não é tão grande e as mortes podem estar subnotificadas, segundo especialistas.
As duas nações mais populosas da América Latina, Brasil e México, tiveram o maior número de mortes. No México, foram mais de 22 mil.
Já o Peru tem o sexto maior número de casos registrados no mundo (mais de 250 mil) e mais de 8 mil mortes confirmadas.
O Chile tem relatado milhares de novos casos de coronavírus por dia, com mais de 4.500 mortes.
O Equador registrou o maior número de mortes per capita na região, com cerca de 25 por 100 mil pessoas. Os casos relatados diariamente no Equador estão se estabilizando, mas essa não é a tendência em muitos outros países da região.
Muitos países da América Latina ainda estão vendo aumento em seus casos diários e mortes.
O mapa acima compara Brasil, o México e Peru com os três países mais atingidos da Europa em termos de mortes (Reino Unido, Itália e França).
O número de mortes no Brasil, México e Peru está dobrando aproximadamente a cada três semanas.
A chefe da Organização Pan-Americana da Saúde , Carissa Etienne, alertou que o coronavírus está se espalhando "exponencialmente" em muitas áreas da região.
Especialistas dizem que o pico da epidemia em alguns países latino-americanos ainda está a algumas semanas de distância. E, como os casos diários continuam a aumentar, há preocupações de que os sistemas de saúde possam ser sobrecarregados, como já aconteceu no Equador.