Um estudo sugere que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) pode afetar diretamente as células do coração. Ele foi publicado na revista científica online Cell Reports Medicine, colocando uma luz sobre os casos de miocardite, arritmia e insuficiência cardíaca que surgem em alguns pacientes.
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Pesquisadores fizeram uma autópsia que confirmou a presença do RNA do novo coronavírus no coração. Em testes laboratoriais mais complexos, concluiu-se que o coronavírus pode penetrar as células do coração, alterar o gene e se multiplicar. Após 72 horas, as células infectadas morrem.
O anticorpo ACE2, uma das principais respostas neutralizadoras do nosso organismo contra a Covid-19, pode ser um dos responsáveis por facilitar o acesso do novo coronavírus às células do coração. “O vírus pode se replicar com velocidade no tecido muscular do coração, afetando a forma como ele bate”, afirma Arun Sharma, pesquisador do Instituto de Medicina Regenerativa Cedars-Sinai.
Ainda que testes laboratoriais não repliquem o corpo humano com total fidelidade, os pesquisadores conseguiram entender mais sobre a forma que o novo coronavírus afeta órgãos fora do sistema respiratório.
Uma pesquisa feita em Wuhan (China), primeiro epicentro da doença ainda em 2019, concluiu que boa parte dos pacientes com problemas cardíacos tinha mais risco de morrer. Arritmia, inflamações e outros tipos de complicações cardíacas foram registradas. Pesquisadores chineses foram os primeiros a alertar que o vírus poderia causar dano no miocárdio.