Uma pesquisa realizada pela Universidade de Nebraska revelou que as partículas do novo coronavírus (Sars-Cov-2) suspensas no ar podem ser infecciosas.
Os pesquisadores extraíram ar dos quartos de cinco pacientes, que conversavam e tossiam, e conseguiram capturar microgotículas de menos de cinco mícrons de diâmetro que continham o Sars-Cov-2 .
Em seguida, os cientistas isolaram o vírus e o levaram para um ambiente controlado para replicação, o que conseguiram em três das 18 amostras.
"Eles se replicam em cultivos celulares e, consequentemente, são infecciosos", afirmou Joshua Santarpia.
A descoberta reforça a hipótese de que o vírus pode ser transmitido por gotículas expelidas por pessoas. Essas gotículas seriam tão leves que ficariam suspensas no ar durante muito tempo se o ambiente não tiver ventilação suficiente.
"Não é fácil", explicou Joshua Santarpia , professor da Universidade de Nebraska, ao comentar a missão de recolher do ar partículas virais com um aparelho do tamanho de um celular. "As concentrações são frágeis, geralmente há poucas chances de recuperar amostras que podem ser usadas", continuou.
Os resultados são preliminares e ainda não foram revisados pelo comitê de leitura de uma revista científica, que deverá analisar se o método usado na pesquisa é confiável.
No dia 7 de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu a existência de provas sobre a propagação aérea do vírus.
"O debate se tornou mais político do que científico. Acredito que a maioria dos infectologistas concordam que a via aérea é um componente da transmissão", afirmou Santarpia.
Linsey Marr, especialista em transmissão aérea de vírus, afirmou no Twitter que o estudo apresenta "provas sólidas".
"Há vírus infeccioso no ar. Resta saber a quantidade
que se precisa respirar para ser infectado", concluiu.