Quando surgir uma vacina para a Covid-19, países ricos e pobres precisam receber as doses ao mesmo tempo. É o que afirma a diretora-assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), a brasileira Mariângela Simão.
Ela afirma que é preciso não repetir o mesmo erro que ocorreu em 2009, na pandemia da Influenza A - H1N1. “Os países ricos tiveram acesso primeiro”, disse em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quarta-feira (29). “Quando os mais pobres tiveram acesso, a pandemia já havia passado”, acrescentou.
Ela afirma que quando a vacina se comprovar segura, é importante que “haja uma locação de países ao mesmo tempo, nãos os ricos recebendo antes”.
Ela afirma que estima-se que uma vacina segura passe da Fase 3 de testes no fim deste ano e comece a circular entre junho e julho de 2021.
Segundo Mariângela, a OMS está otimista, mas não deixa de ter “cautela”. “Ela [a vacina] precisa ser licenciada pelas autoridades sanitárias e você precisa aumentar a capacidade de produção dela.”
Mariângela também foi questionada na rádio sobre a postura dos Estados Unidos, que comprou todas as doses de vacinas que serão produzidas pelos laboratórios Pfizer e BioNTech. “Não adianta tentar proteger apenas a sua população”, disse.
Ela alertou ainda que “nenhum país está seguro” enquanto houver incidências da Covid-19 no mundo. “Deve se investir num mecanismo global para permitir que todos os países tenham acesso", disse a diretora-assistente.