Jacó Alves
Reprodução/Arquivo pessoal
Jacó Alves, recuperado da Covid-19, foi recebido em casa pelas filhas

O eletricista Jacó Alves de Almeida, de 49 anos, contraria muitas das estatísticas sobre sintomas graves da Covid-19 . Recuperado após 33 dias no hospital - com passagem pela UTI e coma induzido - ele conta que, nos primeiros sinais da doença, acreditou estar apenas com um resfriado. “Comecei a sentir tosse e dor de garganta. Como não tive febre, nem dor de cabeça, nada grave, continuei trabalhando normal”, conta.

Jacó diz que, por pelo menos uma semana, continuou entrando em contato com clientes e realizando o trabalho de eletricista durante a noite. “Depois de uns 10 dias com sintomas leves, eu me senti muito cansado depois do trabalho. Voltei pra casa e dormi até 11h do dia seguinte, o que não é normal. Quando acordei, estava com calafrios”, diz. O sintoma levou o eletricista a buscar atendimento médico em São Paulo, onde mora. 

“Peguei o carro e fui sozinho. Assim que cheguei lá, fui internado na hora e entubado no mesmo dia, 75% dos meus pulmões estavam comprometidos”, conta Jacó. O diagnóstico foi uma surpresa.

“Liguei para minha família e pedi para eles pegarem meu carro no hospital, porque eu ia ficar lá. Antes da doença eu nem imaginava que poderia pegar”, confessa, já que possui um bom histórico de saúde, sem doenças crônicas ou qualquer complicação pulmonar pré-existente. 

De acordo com ele, a experiência na Unidade de Terapia Intensiva deixa sequelas físicas e psicológicas. “Foram 30 dias ‘amarrado’, sem beber água, comer, falar, nem ver ninguém. É um sofrimento muito grande”, descreve.

“Há 15 dias atrás, quando saí do hospital, eu não conseguia pegar um garfo para comer. Não conseguia andar, fazer nada. Ainda não voltei a trabalhar porque meus braços estão tremendo muito”, diz. 

Durante a recuperação do eletricista, sua mãe e irmão - que moram com ele - também testaram positivo pela Covid-19 , com casos felizmente mais leves. “Se tem uma coisa que eu aprendi com essa doença foi a valorizar minha saúde. Eu nunca precisei ficar internado, raramente fazia exames. Agora, aprendi que sem saúde a gente não é nada. Daqui pra frente, sei que vou ser outra pessoa”, finaliza. 

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