Nesta semana, em meio ao combate mundial contra a pandemia da Covid-19, os países acompanharam o surgimento dos primeiros casos de possível reinfecção pelo novo coronavírus , quando uma pessoa testa positivo uma segunda vez após ter sido considerada curada. Até o momento, não se sabe qual a possibilidade disso ocorrer em maior escala, mas alguns especialistas afirmam que reinfectados podem ser mais comuns do que se imagina.
No Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro têm alguns casos suspeitos de reinfecção pela Covid-19 , visto que ainda não é possível confirmar se houve realmente uma segunda infecção ou se o vírus sequer deixou o corpo dos pacientes.
Segundo reportagem do jornal O Globo, tais respostas, que podem confirmar ou negar as suspeitas, podem estar no genoma do vírus, assim como o ocorrido em Hong Kong, local do primeiro caso identificado, onde os pesquisadores confirmaram que o paciente foi infectado por duas cepas diferentes do novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Pesquisadoras brasileiras apontaram que só a análise da assinatura genética poderá definir se os casos são ou não reinfecções. Além disso, revelaram que a investigação no país deve ser mais complexa por conta de uma linhagem "predominante" do vírus , o que torna a reinfecção mais difícil de ser identificada.
Ainda de acordo com a publicação, o Brasil tem duas cepas principais circulando: a B.1.1.33, detectada em cerca de 53% dos genomas sequenciados até o momento, e a B.1.1.28, presente em 22% dos casos. Por serem muito semelhantes, o trabalho de identificação de uma possível reinfecção fica mais complicado.
Por fim, as especialistas ouvidas ainda acrescentaram que a baixa testagem com PCR no Brasil dificulta este tipo de diagnóstico e deixa mais complicado entender o perfil de propagação da doença no país. De qualquer forma, mesmo que o vírus da Covid-19 não seja completamente conhecido, ou os meios que utiliza para entrar e se alojar nos humanos, elas apontam que existe a possibilidade de reinfecção, mas que as chances de persistência são maiores.