Leitos
Marcelo Casal/EBC
Número de leitos utilizados no estado cresceu nos últimos dias

Enquanto os casos e as mortes por  Covid-19 estão em queda no Rio de Janeiro, a taxa de ocupação dos leitos para atender os infectados pelo novo coronavírus tem aumentado. Na rede pública, o percentual que era de 65% em julho chegou a 82% na segunda-feira. Na sexta-feira, era de 71%.

Esse crescimento pode estar relacionado à desativação de leitos destinados a pacientes com Covid-19 , tanto na rede pública quanto na particular, já que os números de casos e óbitos seguem em queda, apesar de ainda estarem altos.

Entre segunda e terça-feira, o Estado do Rio de Janeiro registrou 53 mortes e 321 novos diagnósticos do novo coronavírus . A média móvel de óbitos teve queda pelo sexto dia seguido, chegando a 61 vítimas por dia nesta terça-feira, o que indica um cenário de diminuição no contágio da doença em território fluminense. O número de casos no estado subiu para 233.373, com uma média de 939 notificações por dia. Na capital, já são 9.957 mortos e 93.899 pessoas infectadas pela Covid-19 desde o início da pandemia.

Segundo a Prefeitura do Rio , o aumento na procura por leitos nos hospitais do município está relacionado ao fim do atendimento em unidades do estado, como o Instituto do Cérebro e o Hospital Anchieta (ambos referência no tratamento de pacientes com Covid-19), e no hospital de campanha do Parque dos Atletas, na Barra, administrado pela rede privada, que liberou anteontem seus dois últimos doentes.

Em nota, a Secretaria estadual de Saúde informou que, na rede estadual, foram desmobilizados da 44 leitos para pessoas com coronavírus no Instituto Estadual do Cérebro e 75 no Hospital Anchieta. “A iniciativa visa a evitar desperdício de recursos públicos, em função dos baixos índices de ocupação”, diz o comunicado.

Atualmente, só um hospital de campanha continua em funcionamento, o do Riocentro, administrado pela prefeitura. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, 114 pacientes estão internados na unidade, que tem capacidade para 500 leitos. Os hospitais gerais da prefeitura também têm fechado leitos exclusivos para Covid-19 .

Uma outra razão para o aumento da taxa de ocupação , citada pela prefeitura, é a internação precoce de pacientes com Covid-19.

"Passamos a internar as pessoas que precisam de oxigênio, precocemente, no leito de UTI", disse Jorge Darze, subsecretário municipal de Saúde.

Dados desta terça-feira mostravam que a rede SUS na capital tinha 853 pessoas internadas em leitos especializados para Covid-19 , sendo 381 em UTIs.

As unidades particulares também estão recebendo menos doentes . A Rede D’Or vem registrando queda desde junho. Em todo o país, os 52 hospitais do grupo chegaram a ter duas mil vagas ocupadas por pacientes com coronavírus. Ontem, terça-feira, tinha 781 internados.

Autoridades explicam que o número de pacientes internados caiu de maio a julho, mas, desde o mês passado, está estável. Por outro lado, os hospitais do Sistema Único de Saúde ( SUS ) estão desativando leitos exclusivos para Covid-19. Essa relação entre o número de doentes e o de leitos subiu muito nos últimos dias devido à retirada do sistema das vagas do hospital de campanha do Parque dos Atletas. Apesar de ser mantido pela Rede D’Or, os leitos da unidade integravam a rede pública.

Em quatro meses, o Parque dos Atletas atendeu 621 pacientes. Cerca de 90% deles precisaram, em algum momento, de internação na Unidade de Terapia Intensiva : 199 ficaram no respirador mecânico e 104 fizeram diálise. Após a alta dos dois últimos doentes, anteontem, a equipe da unidade fez um minuto de silêncio e soltou balões brancos em homenagem às vidas perdidas em todo o país.

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