Nesta terça-feira (8), a Rússia liberou sua vacina contra a Covid-19 para o público em geral. De acordo com o anúncio do Ministério da Saúde do país, o primeiro lote de vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, passou nos testes de qualidade e foi liberada para a população civil.
Sem especificar datas, o Ministério diz ainda que a entrega de fato dos primeiros lotes está prevista para um futuro próximo. Na última sexta-feira (4), o vice-diretor do instituto Gamaleya, Denis Logunov, já havia anunciado que a vacina poderia ser liberada para a população esta semana.
Logunov destaca que existe uma "vasta base de evidências de que a vacina é segura" e que a segurança "foi o principal pré-requisito para seu registro".
No ia 4 de setembro, um estudo com resultados preliminares publicado na revista científica "The Lancet" mostrou que a vacina russa para a Covid-19 não teve efeitos adversos e induziu resposta imune.
Segundo o professor Aleksandr Butenko, do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamalyea, apenas pessoas maiores de 18 anos participam dos testes, mas o produto final deverá ter uma versão adaptada para as crianças.
"As crianças têm massa corporal diferente. Naturalmente, uma criança com peso de 20 quilos definitivamente precisa de uma dose menor do que um adulto com peso de 50, 60 ou 70 quilos", disse o cientista à agência de notícias Tass.
Em entrevista concedida à rádio russa Sputnik, o cientista disse que a vacina para crianças será mais leve e, portanto, menos suscetível a reações.
"O sistema imunológico de uma criança pode não estar suficientemente desenvolvido como o de um adulto. De uma forma ou de outra, todas as vacinas possuem classificações, para crianças e adultos", enfatizou. Até o momento, a vacina russa contra a Covid-19 é destinada para pessoas com idade entre 18 e 60 anos.
No Brasil, o governo do Paraná firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa e informou na última sexta (4) que o pedido de registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ser feito em 10 dias. Os testes no país devem começar em 1 mês.