Pesquisadores do instituto franco-americano Imagine, com laboratórios em Paris e Nova York, estão mais próximos de obter uma resposta definitiva sobre a interferência genética nos quadros graves da Covid-19 . O estudo, iniciado em maio, aponta que 15% das formas graves da doença têm, sim, causas genéticas e imunológicas.
A resposta para a indagação científica é fundamental para o desenvolvimento de testes que sejam capazes de, por exemplo, identificar previamente pacientes de risco. Além disso, medicamentos que "compensem" as condições genéticas de cada indivíduo podem vir a ser elaborados no futuro.
Ao jornal Le Parisien, o geneticista Laurent Abel, que participou da pesquisa, afirmou que 3% a 4% dos pacientes graves da Covid-19 são portaderes de mutações genéticas que reduzem a produção de interferons do tipo 1, relacionados às defesas do corpo contra o vírus.
Além disso, 10% a 11% dos pacientes graves poduzem autoanticorpos capazes de netralizar os interferons, impedindo o funcionamento ideal e, consequentemente, o combate à doença. Na pesquisa, 95% dos pacientes que apontaram a particularidade eram homens - os mais atingidos pela Covid-19.