O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que nos últimos dias enfatizou defender a não-obrigatoriedade de uma eventual vacinação contra a Covid-19, afirmou em entrevista que não pretende se imunizar contra a doença causadora da pandemia mundial caso a única opção seja a vacina produzida pela Sinovac, na China.
"Eu não tomo a vacina, não interessa se tem uma ordem, seja de quem for, aqui no Brasil para tomar a vacina. Eu não vou tomar a vacina", disse o presidente em entrevista à Jovem Pan. Bolsonaro ainda afirmou que, ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do país aprove, a vacina produzida na China pela Sinovac - a CoronaVac - não será comprada pelo governo Brasileiro.
Segundo o presidente, o motivo seria um "descrédito muito grande" em relação ao imunizante produzido no China pois, de acordo com o presidente, o vírus teria "nascido por lá". Ao anunciar - na manhã da quarta-feira (21) - o cancelamento do contrato do Ministério da Saúde que se comprometia com a compra, porém, o presidente teria alegado que a aversão à CoronaVac seria motivada pela falta de aprovação da Anvisa.
Ainda sobre uma eventual campanha vacinal obrigatória - prevista em decreto assinado pelo próprio presidente em fevereiro deste ano - Bolsonaro diz que "tudo tem um limite" e comenta que "muita gente em Brasília, que pertencem a poderes, dizem que não tomariam a vacina chinesa". Por isso, o presidente crê que "o poder Judiciário não vai se manifestar nessa situação".
A lei 13.979/20, assinada pelo presidente no início deste ano e elaborada pelo governo Bolsonaro, prevê a vacinação compulsória especialmente em casos como a pandemia global, que configura uma emergência sanitária.