Uma pesquisa que ouviu mais de 200 mil pessoas constatou que o medo foi o principal sentimento dos brasileiros ao longo do primeiro semestre de convivência com a pandemia causada pela Covid-19.
O estudo foi realizado pela UFMG em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Associação Brasileira de Impulsividade e Patologia Dual (ABIPD), Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), Universidade do Texas e Mackenzie.
200 mil profissionais de saúde e 8 mil pessoas de outras áreas participaram da pesquisa através da internet, por meio de perguntas sobre o tema. As respostas foram documentadas, analisadas e servirão de apoio para planejamento de condutas médicas e políticas públicas.
Em entrevista ao G1, a professora da UFMG que faz parte do desenvolvimento da pesquisa, Débora Marques de Miranda, comentou que o primeiro dado que foi possível conseguir foi o aumento da sensação de estresse da população em geral e de profissionais de saúde.
"Mais ainda nos profissionais de saúde. O medo de transmitir a doença para pessoas queridas foi o que mais apavorou a nossa população, o que mais gerou a sensação de estresse", disse a pesquisadora.
E completou: "As pessoas estavam com tanto medo que elas muitas vezes tinham sintomas, às vezes sem estar com a infecção, inferindo por somatização que poderiam estar com a doença".
Em dezembro do ano passado, os pesquisadores deram início à segunda fase da pesquisa. A ideia, agora, é mapear esse novo momento da pandemia e documentar como é que as pessoas estão sobrevivendo ao processo.