Vacina
André Biernath - Da BBC News Brasil em São Paulo
Vacina

Com o intuito de aumentar mais rapidamente o número de pessoas imunizadas, a Alta Autoridade de Saúde da França (HAS) recomendou neste sábado que a segunda dose da vacina contra Covd-19 seja adiada no país.

De acordo com o órgão, estender o intervalo entre as duas doses permitiria imunizar mais 700 mil pessoas por mês. Em uma média, os franceses seriam vacinados dez dias antes.

Em comunicado, a HAS alerta que a situação da epidemia é preocupante e a circulação do vírus "continua em nível elevado".

A França está aplicando duas vacinas, a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna, normalmente administradas com intervalo entre as doses de 21 e 28 dias, respectivamente. O primeiro alvo eram os residentes de asilos e outras instituições e seus cuidadores. Posteriormente, foi autorizada a todos os profissionais de saúde com mais de 50 anos e mais risco de ter Covid-19 grave, e, nesta semana, a fila foi aberta para maiores de 75 anos.

"Essa expansão das populações-alvo, aliada à preocupante chegada de novas variantes e à limitação do número de doses disponíveis, pleiteia uma aceleração da vacinação, em particular dos de mais risco", afirma o comunicado.

A preocupação na França é que, embora seja a terceira maior economia da Europa, o país não tem conseguido dar um ritmo rápido na vacinação. Até este sábado, o país havia injetado doses correspondentes a 1,4% de sua população, contra 8,6% no Reino Unido e 1,8% na Alemanha, as duas maiores economias locais.

Vale lembrar que o atraso da segunda dose já foi adotado no Reino Unido e depois seguido pela Dinamarca. Até mesmo no Brasil a ideia já é discutida. 

De acordo com a HAS, os dados clínicos de testes de vacinas da Pfizer e da Moderna "mostram uma resposta imunológica satisfatória" a partir do 12º dia após a primeira dose, para a Pfizer, e do 14º dia após a primeira dose para a Moderna.

"A experiência adquirida em vacinologia mostra que o espaçamento das doses dentro de um esquema de vacinação pode retardar a obtenção de proteção duradoura, mas também permite obter um nível mais elevado de resposta imune após a próxima dose", o que traria mais resultados a longo prazo, argumenta o órgão.

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