Após Pfizer e AstraZeneca, o laboratório americano Moderna também anunciou uma redução nas entregas de sua vacina anti-Covid para a Itália, um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo.
O coordenador das ações do governo contra o novo coronavírus, Domenico Arcuri, disse ter sido informado pela empresa que o lote previsto para a segunda semana de fevereiro sofrerá uma redução de 20%, passando de 166 mil para 132 mil doses.
"Isso aumenta nosso estupor, nossa preocupação e nosso desconforto, as previsões são retificadas praticamente todos os dias", declarou Arcuri. Até aqui, as autoridades sanitárias da Itália já aplicaram pouco mais de 1,7 milhão de doses de vacinas anti-Covid, mas apenas 46,8 mil da Moderna.
O restante é da Pfizer, que já reduziu suas entregas em toda a União Europeia nas últimas duas semanas por causa de uma readequação em sua fábrica na Bélgica. Já a AstraZeneca, fabricante da vacina de Oxford, anunciou que não conseguirá cumprir o cronograma de distribuição na UE devido a "problemas" em sua cadeia de fornecimento.
A União Europeia ameaça inclusive bloquear a exportação de imunizantes anti-Covid para garantir que as farmacêuticas cumpram seus contratos com o bloco. A Itália, por sua vez, estuda acionar as empresas na Justiça por descumprimento dos acordos.
"Faltam pelo menos 300 mil doses que já devíamos ter recebido", explicou Arcuri. Ao longo da semana, o governo anunciou a compra de 30% do laboratório italiano Reithera, que desenvolve uma vacina anti-Covid, para garantir sua independência em relação às multinacionais do setor.