Veterinária Pryscila Andrade morreu nesta quarta-feira (3)
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Veterinária Pryscila Andrade morreu nesta quarta-feira (3)

Nesta quarta-feira (3), o caso da veterinária Cynthia Priscyla Andrade de Souza, internada em um hospital de Recife após apresentar sintomas da doença de Haff, popularmente conhecida como "doença da urina preta", teve um triste desfecho com a confirmação de sua morte por parte da instituição de saúde.

"O Real Hospital Português confirma o óbito da paciente Cynthia Priscyla Andrade de Souza, às 17h30 desta quarta-feira (3). Ela estava internada na Instituição desde o dia 18 de fevereiro de 2021. O Hospital não tem autorização da família para falar sobre o caso", informa a nota divulgada.

Mais cedo, a família de Priscyla Andrade , de 31 anos, publicou uma série de mensagens em tom de despedida. Apesar das publicações nas redes sociais, o hospital ainda não havia confirmado o óbito e ressaltava que ela seguia "internada na UTI" e que não tinha autorização da família para comentar o caso. 

A mãe da veterinária , a empresária Betânia Andrade, postou homenagem: "Priscyla, o céu hoje estará te recebendo com muita luz na casa do pai e aqui jamais esqueceremos a sua humildade, caráter da sua eficiência profissional, meiga, linda, alegre, sorridente e cheia de luz. Seu sorriso vai ficar na minha memória eternamente. Seus pais, irmãos, sobrinhos, Matheus, parentes e amigos. Deus te recebe de braços abertos minha filha linda".

Veja:


O caso

De acordo com a família da vítima, médica e a irmã Flávia Andrade, 36, deram entrada no hospital dois dias após ingerir o peixe de espécie Arabaiana. Os sintomas eram de aumento da pressão arterial e dores musculares. Flávia recebeu alta no dia 24 de fevereiro, enquanto Pryscila seguiu internada na UTI.

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"Tive o primeiro consumo desse peixe uma semana antes da sexta-feira de carnaval a uma pessoa conhecida. Me senti mal, as empregadas também se sentiram mal, com dor de coluna, estômago, dores abdominais, mas não demos importância. Não foi uma dor tão intensa quanto a dor que sentimos na segunda vez que consumimos o peixe. No segundo consumo, além de mim e das secretárias, meu filho comeu o peixe e Priscyla também. Quando fomos socorrer Priscyla, que estava com fortes dores e não conseguia se mexer de tanta dor, eu também comecei a sentir os sintomas. Fiquei com os movimentos da nuca até o quadril paralisados. Socorremos Pricyla, eu fui medicada e voltei para casa, e Priscyla foi para a UTI", contou a empresária e irmã Flávia Andrade, de 36 anos, em vídeo publicado nas redes sociais na última quinta-feira (25).

O que é a Síndrome de Haff?

A doença de Haff é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) sem explicação, e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular, dor torácica, falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada a elevação sérica de da enzima CPK, associada a ingestão de pescados.

A doença pode evoluir rapidamente para  insuficiência renal  e pode levar a morte caso não seja tratada.

Especialistas apontam que os sintomas da doença surgem entre duas a 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos bem cozidos, mas contaminados. Os principais são dor e rigidez nos músculos, que é muito forte e surge de repente, urina muito escura, marrom ou preta, semelhante à cor do café, dormência ou perda da força.


A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que entre 2017 e 2021 foram registrados 15 possíveis casos da referida síndrome , sendo 10 confirmados por critério clínico epidemiológico (4 em 2017 e 6 em 2020) e 5 (de 2021) ainda em investigação pela secretaria de Saúde do Recife com o apoio da SES. A pasta confirmou ainda que "não há mortes confirmadas pela doença nesse período".

A gestão estadual, por meio da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), destaca que, no momento, não há nenhuma restrição voltada para o consumo de peixes e crustáceos em território pernambucano.

Em caso de sintomas sugestivos para doença de Haff , o paciente deve procurar atendimento no serviço de saúde mais próximo de sua residência, relatar a sintomatologia e o histórico de consumo de pescados. A investigação epidemiológica de cada caso é feita pelas secretarias de Saúde municipais, com apoio da SES-PE.

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