Gestores de saúde de 1.068 municípios brasileiros apontam que há risco de desabastecimento de oxigênio nos próximos dez dias e 1.559 cidades informaram que, com o atual estoque, não será possível suportar uma eventual necessidade emergencial ou pico de Covid-19. Os dados são do levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e noticiado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Das 2.411 cidades que responderam o questionário, 43 informaram que já não têm mais estoque de oxigênio cilíndrico.
Entre 18 de março e 6 de abril, representantes de secretarias municipais de todos os estados da federação apresentaram ao Conasems reclamações sobre falta de insumos, insuficiência de oxigênio para sustentar um recrudescimento da pandemia da Covid-19 e incapacidade de adquirir mais estoques de cilindros de oxigênio, essenciais para a internação de pacientes.
O risco de desabastecimento de oxigênio nos próximos dez dias é alarmante na Região Nordeste, na qual foram registradas 459 queixas em municípios dos nove estados, equivalente a 43% de todos os relatos.
Por outro lado, 90 cidades relataram a mesma preocupação na Região Sul, apesar dos estados apresentarem altas taxas de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para Covid-19.
Relatos dos secretários apontam que as principais queixas sobre o estoque estão relacionadas ao aumento de internações, que exige maior quantidade de cilindros, e dificuldades enfrentadas com fornecedores, que alegam não ter estoque para atender aos municípios. Essa é a justificativa apresentada pela maioria dos 98 secretários que afirmam que não conseguem comprar oxigênio no momento.
A situação também é grave para 20 municípios que informaram não conseguir comprar insumos hospitalares essenciais para proteger profissionais de saúde que acompanham pacientes com Covid-19, como máscaras, luvas, aventais e capotes.