Marcelo Queiroga, ministro da Saúde
Tony Winston/MS
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que o Brasil conseguirá mais doses da vacina contra a Covid-19 apenas no segundo semestre deste ano. "O maior país a vacinar sua população é os Estados Unidos. Depois que conseguirem vacinar a população deles, vamos ter mais doses, é a nossa expectativa", afirmou. Queiroga atribuiu a falta de vacinas no Brasil a uma carência mundial, e disse que "o Brasil está empenhado em conseguir as doses necessárias".

Sobre a falta de vacinas , o ministro ainda disse que a Anvisa não aprovou as doses negociadas pelo governo com a Bharat Biotech, fabricante da vacina indiana Covaxin . "Não posso chegar dando canetada na Anvisa, que é uma agência regulatória. Mas eu teria mais doses em março e abril, como estava no calendário anterior, e a Anvisa não aprovou", disse. A aprovação não foi feita, porém, por falta de documentação . Quando perguntado se o cenário da vacinação no Brasil vai continuar irregular até o segundo semestre, Queiroga admitiu que "é possível".

Relação com Bolsonaro

Na entrevista, Queiroga ainda comentou possíveis desavenças com o presidente Jair Bolsonaro , que se recusa a realizar medidas preventivas, como o uso de máscaras, bastante promovidas pelo ministro.

Sem comentar possíveis atritos, Queiroga disse ser seu "dever persuadir persuadir meu presidente em relação às melhores práticas". "Se eu não conseguir, a falha é minha, e não do presidente", continuou.

Sobre a orientação do ministério da Saúde para o uso de cloroquina no tratamento contra a Covid-19 mesmo com estudos que mostrem sua ineficácia, Queiroga disse que vai "preservar a autonomia dos médicos". "Não vim aqui para discutir cloroquina, vim para gerir o Ministério da Saúde".

Compra de vacinas por empresas

Perguntado sobre a compra de vacinas por empresas , o ministro disse duvidar que as companhias consigam tal feito. "Não vejo riscos [na discussão no Congresso sobre a ampliação da participação da iniciativa privada], mas vejo dificuldade de a iniciativa privada conseguir vacinas. O Brasil, que tem diplomacia forte, já tem dificuldade em conseguir vacinas. Muita gente chega aqui dizendo que vai conseguir. Ótimo, traz, coloca no PNI ou vacina seus funcionários. Quero ver para crer", afirmou.

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