Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde e o João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19
Divulgação / Governo SP
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde e o João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19

Em visita ao Instituto Butantan para a liberação de mais 1,5 milhões de doses da CoronaVac junto do governador João Doria (PSDB), o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que a fase emergencial no estado conseguiu reduzir o número de internações em UTIs em 17,5%. Os dados a que ele se refere são dos municípios da região metropolitana da capital paulista.

A fase emergencial , medida semelhante à fase vermelha, porém mais rígida, que dificultou a circulação nas ruas, vigorou entre 15 de março e o último domingo, 11 de abril.

"A fase emergencial trouxe respostas muito importantes em termos de proteção à vida. Nós conseguimos reduzir as internações e 17,5%. Isso significa quase mil e trezentos pacientes a menos nas nossas Unidades de Terapia Intensiva. Nós tínhamos no início da semana passada 92,5% de ocupação dos leitos de UTI na Grande São Paulo. Estamos hoje com 84% de taxa de ocupação. Isso mostra o impacto de controle da pandemia a partir do momento que você diminui a circulação de pessoas e, com ela, a circulação do vírus", afirmou Jean Gorinchteyn.

Questionado sobre o fato de o estado de São Paulo ter registrado o recorde de mortes por Covid-19 no último domingo, com 510 óbitos, em plena fase de maior restrição, João Doria afirmou que questionar a quarentena é "tudo o que não precisamos" e que isso serve a "negacionistas". Gorinchteyn disse que os números não refletem a atualidade.

"Quando nós olhamos o número de mortes, esses números também tiveram um decréscimo em relação a semanas epidemiológicas anteriores, apesar de terem ainda se mostrado em status elevado. Mas estão relacionados a mortes ocorridas até há 15, 20 dias, então não é um dado atualizado. Seguramente, as medidas de contenção são essas que fizeram com que nós pudéssemos literalmente respirar e fazer com que o sistema de saúde acolhesse a nossa população", disse o secretário.

Sobre a possibilidade de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar eventuais irregularidades do governo federal no combate à pandemia se estender a governos estaduais e municípios, Doria afirmou que "quem está com medo da CPI é o presidente Jair Bolsonaro".

No domingo, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) divulgou em suas redes sociais a gravação de uma conversa que teve com Jair Bolsonaro por telefone. O presidente defendeu que a CPI da Pandemia investigue também governadores e prefeitos. Um requerimento que pede a extensão da apuração para gestores estaduais e municipais já foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

"Quem não deve não teme. Não temos medo de CPI. Se for bem fundamentada, ela deve ser atendida, seja a nível das Assembleias Legislativas ou do Congresso Nacional. Quem está com medo da CPI é o presidente Jair Bolsonaro, que, aliás, anda fazendo lobby por telefone com senadores para diminuir o efeito da CPI sobre os erros e equiívocos notórios do Ministério da Saúde e de seu governo em relação às vacinas e aos programas de atenção para a população do seu país. Se vier CPI, vamoss responder todas as informações que são necessárias", disse João Doria.

PNI

O Instituto Butantan liberou mais 1,5 milhão de doses da CoronaVac, a vacina que desenvolve em parceria com o laboratório chinês Sinovac, nesta segunda-feira. A remessa será enviada ao Programa Nacional de Imunizações ( PNI ) do Ministério da Saúde e distribuída para todos os estados nos próximos dias.

O instituto entregou 39,7 milhões de doses ao programa nacional desde desde 17 de janeiro. O governo de São Paulo prevê entregar um total de 46 milhões de doses ao PNI até 30 de abril. A meta é chegar a 100 milhões de doses até 30 de agosto.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que o instituto deve receber da Sinovac uma remessa de 3 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), necessários para a produção de 5 milhões de doses da CoronaVac, até dia 20 de abril, e outros 3 mil litros até o fim do mês.

Doria descartou que a produção da CoronaVac será afetada pela falta de insumos e afirmou que "tudo indica que a normalidade seguirá nos próximos dias". O cronograma de entrega da vacina CoronaVac para abril depende da chegada do IFA importados da China. A pressão interna que o país asiático vem sofrendo para produzir mais vacinas antes de exportar insumo preocupa o Butantan.

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