Covid-19: Diretora da OMS pede incentivo para a produção de vacinas nacionais
Foto: Cottonbro/Pexels
Covid-19: Diretora da OMS pede incentivo para a produção de vacinas nacionais

A diretora-geral assistente da área de Acesso a Medicamentos e Produtos Farmacêuticos da OMS (Organização Mundial da Saúde), Mariângela Simão, afirmou, nesta quinta-feira, que vacinas importadas contra a Covid-19 não darão conta de suprir a imunização no Brasil.  Segundo Simão, há "muita expectativa" em relação à chegada de vacinas de outros lugares para o país, em detrimento da produção nacional, que hoje responde pela vacinação da maioria dos brasileiros.

"Há muita expectativa de que possa chegar vacina de outros lugares para os brasileiros, mas isso não vai acontecer. Eu lamento ser bem transparente neste ponto, mas o Brasil não pode estar contando com o que vai chegar. Temos dois pilares no Brasil, que é Instituto Butantan e a Fiocruz. O incentivo à produção local é um imperativo", disse ela.

A especialista participou de um encontro online da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e, além de vacinação, falou sobre medidas de combate ao coronavírus e criticou o uso de medicamentos não aprovados pela OMS para tratar a doença.

De acordo com ela, o Brasil precisa tomar medidas mais drásticas para diminuir a transmissão do vírus.

"Quando chega um ponto em que o sistema de saúde está colapsando e há aumento da letalidade do vírus, as medidas ais drásticas que possam diminuir a transmissão de pessoa a pessoa precisam ser tomadas". "São medidas antipáticas, precisam ser temporárias, mas têm que ser consistentes. As informações precisam ser dadas entre governos federal, estadual e municipal", completou.

Durante sua fala no encontro, Simão criticou o uso de medicamentos sem comprovação científica para tratar a Covid, citando como exemplo Azitromicina, Hidroxicloroquina e Ivermectina:

"Eu tenho ainda visto que prefeituras e o próprio Ministério da Saúde estavam recentemente falando sobre o kit prevenção. Dizer que isso é jogar dinheiro fora, porque têm fartas evidências científicas nas guias terapêuticas da OMS de que nenhum desses medicamentos têm influência, seja na prevenção ou na diminuição da gravidade da doença".

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