A diretora-assistente da área de Medicamentos e Produtos de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão, afirmou, nesta sexta-feira, que o processo de análise da Sputnik V na organização ainda está em andamento e deve ser concluído em julho.
Simão foi questionada durante uma coletiva da OMS da qual também participou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A representante da organização afirmou ainda que o processo de inspeção das fábricas que produzem a vacina russa devem começar em maio. Na última segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou um pedido feito por estados para importar a vacina Sputnik V.
"O Instituto Gamaleya ainda está em fase de fornecimento de dados para o dossiê da OMS, mas a OMS já teve uma equipe junto com agência europeia de medicamentos fazendo inspeções na Rússia agora, no mês de abril, para boas práticas clínicas. E, a partir de 10 de maio, por três semanas, (a OMS) vai estar inspecionando quatro locais de produção da Sputnik V na Rússia com uma equipe de trabalho internacional, inclusive parte dessas inspeções é feita junto com a agência europeia de medicamentos", explicou Simão.
Segundo ela, os fabricantes da vacina entraram com pedido de autorização de uso emergencial na OMS no dia 9 de fevereiro. O processo permite que os dados sejam disponibilizados à medida que vão sendo produzidos pelas desenvolvedoras.
A negativa por parte da Anvisa gerou uma questão a nível global após a agência afirmar que foi detectado nos lotes da vacina russa a presença de adenovírus replicante, o que poderia colocar em risco a segurança do imunizante. A medida fez com que os fabricantes da Sputnik V afirmassem que vão entrar na justiça contra a Anvisa por "espalhar informações falsas".
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Na última quinta, a Anvisa realizou uma coletiva de imprensa na qual mostrou reproduções de documentos enviados pelos fabricantes da Sputnik V e um trecho de uma das reuniões entre técnicos da agência e pesquisadores do Instituto Gamaleya, na Rússia. A agência afirmou que havia enviado seu parecer para a OMS e outras agências reguladoras estrangeiras.
Também na quinta-feira, governadores enviaram à Anvisa um pedido de reanálise da solicitação de importação, além de novos documentos fornecido pelos fabricantes russos. O GLOBO questionou a Anvisa sobre o pedido de reanálise, mas ainda não obteve resposta.