Até o momento, a vacinação para pessoas que já tiveram Covid-19 ocorre normalmente com as duas doses. No entanto, um grupo de cientistas está defendendo que pode ser necessária apenas uma dose dos imunizantes da Pfizer ou da Moderna para quem já foi contaminado.
A carta foi publicada no periódico EBioMedicine, do grupo The Lancet, e diz que os estudos indicam que pessoas contaminadas pela doença desenvolveram anticorpos. Dessa forma, uma dose da vacina serviria como reforço, assim como ocorre com a segunda dose para pessoas que não pegaram o vírus.
“Há uma necessidade urgente de desenvolver políticas que maximizem o número de pessoas que recebem vacinas sem sacrificar a eficácia da proteção imunológica, uma vez que ainda estamos no meio da pandemia de Covid-19 com um fornecimento limitado de vacinas”, explica o grupo.
“Acreditamos que a melhor solução é fornecer aos indivíduos que já tiveram uma infecção por Sars-CoV-2 apenas uma (em vez de duas) vacinas de mRNA autorizadas. Evidências emergentes do mundo real sugerem que as respostas de anticorpos à primeira dose de vacina em indivíduos com infecção prévia são iguais ou excedem os anticorpos encontrados em indivíduos que ainda não tiveram contato com o vírus após a segunda dose”, explica ainda o documento.
Os cientistas defendem que milhares de doses seriam economizadas com esse modelo. O exemplo citado é Nova York, onde a primeira onda da pandemia contaminou entre 20 e 25% dos habitantes da cidade.
Pessoas que já tiveram Covid-19
“Mudar a recomendação atual da vacina para fornecer apenas uma dose da vacina aos sobreviventes da Covid-19 liberaria muitas doses de vacina necessárias com urgência. Com as vacinas adicionais disponíveis, não haveria necessidade de atrasar a segunda dose da vacina para pessoas que não tiveram contato com a Covid-19”, completa ainda.
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No momento, a recomendação é válida apenas para as vacinas à base de RNA, no caso, Pfizer e Moderna. Aqui no Brasil, a maior parte das doses aplicadas são da CoronaVac e da AstraZeneca, que usam outra tecnologia e não foram inclusas na carta.
Assinaram o documento, pesquisadores da Universidade de Maryland (EUA), Escola de Medicina da Universidade de Nova York (EUA), Icahn Escola de Medicina Monte Sinai (EUA), Universidade Queen Mary (Reino Unido), e Universidade Humanitas (Itália).