Mais de 2 milhões de ingleses sofrem com Covid longa, indica estudo
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Mais de 2 milhões de ingleses sofrem com Covid longa, indica estudo


Mais de 2 milhões de ingleses disseram sentir ao menos um dos sintomas da Covid-19 mesmo após 12 semanas. Segundo o  estudo  feito pelo Imperial College e divulgado nesta quinta-feira (24), quase 690 mil pessoas relataram sintomas graves da doença mesmo após o longo período.

Os resultados, segundo Paul Elliot, diretor do estudo, mostram um quadro preocupante das consequências de longo prazo para a saúde, "que precisam ser levadas em consideração na política e no planejamento". 

Ainda não se sabe ao certo o que causam os sintomas nem quão longa pode ser a sua duração. "A escala do problema é bastante alarmante e mostra claramente o quanto é crucial entender melhor a questão para tratar os afetados", disse o professor Kevin McConway, professor na Open University.

"Covid longa" é o termo utilizado para descrever sequelas de longo prazo após infecção pelo novo coronavírus. Ainda sem uma definição, podem fazer parte da síndrome a fadiga, dores musculares, dor no peito, falta de concentração, falta de ar, perda do paladar e do olfato.

Os pesquisadores identificaram dois grupos de sintomas persistentes. O mais comum reúne cansaço e dores musculares, enquanto no outro grupo o foco foram falta de ar grave, dor no peito e perturbações respiratórias.

O estudo

Para tentar esclarecer algumas destas questões ainda sem respostas, estudo React-2 seleciona adultos de forma aleatória e os acompanha, fazendo testes de anticorpos para acompanhar a evolução da infecção por coronavírus na Inglaterra.

Entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, 508.707 participantes foram questionados sobre se achavam que já haviam tido Covid-19 e sobre a presença e duração de diferentes sintomas.

97 mil pessoas acreditavam ter tido Covid-19. Destas, cerca de 76 mil apresentaram sintomas. Do grupo sintomático, 37,7% tiveram algum dos sintomas por pelo menos 12 semanas. Outros 14,8% afirmaram sofrer de três ou mais sequelas por no mínimo três meses.

O estudo também indicou que um terço dos que tiveram Covid longa com um sintoma haviam passado por um quadro grave da infecção pelo novo coronavírus.

Prevalência 

Segundo os dados obtidos no React-2, os sintomas persistentes foram mais comuns em mulheres -- 3 delas relataram a síndrome para cada 2 homens. O risco também aumentou linearmente com a idade, em 3,5% por década de vida.

Obesidade, tabagismo, hospitalização e maior vulnerabilidade econômica e social também foram associados a uma maior probabilidade da Covid longa.

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