Vacinas da Pfizer e Moderna podem gerar imunidade a longo prazo, diz estudo
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Vacinas da Pfizer e Moderna podem gerar imunidade a longo prazo, diz estudo

Um estudo publicado nesta segunda-feira indica que as vacinas contra a Covid-19 produzidas pelas farmacêuticas Pfizer/BioNTech e Moderna podem desencadear uma resposta imunológica persistente que garantiria uma proteção a longo prazo contra a doença. A pesquisa realizada com 41 pessoas aponta que, caso a evolução de variantes não mude significativamente, não seria necessário aplicar doses de reforço nas pessoas que receberam esses imunizantes.

"É um bom sinal de quão durável é nossa imunidade com estas vacinas", disse ao jornal New York Times Ali Ellebedy, imunologista da Universidade de Washington em St. Louis, que liderou o estudo publicado na revista Nature.

Para evitar variantes, é importante vacinar rapidamente grande parte da população mundial. As duas vacinas citadas são seguras, eficazes e aprovadas pela Anvisa, bem como as demais já utilizadas no Brasil.

De acordo com os pesquisadores, as pessoas que se recuperaram da Covid-19 antes de serem vacinadas com imunizantes que usam a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA) também podem não precisar de reforços. Apesar disso, a conclusão pode não se aplicar a idosos, pessoas com sistema imunológico debilitado e aqueles que tomam medicamentos que suprimem a imunidade.

A equipe analisou os nódulos linfáticos, onde as células imunológicas são treinadas para reconhecer e combater o vírus. Após uma pessoa ser vacinada, uma estrutura especializada chamada centro germinativo se forma nos nódulos.

Essa estrutura é uma espécie de escola para as chamadas células de memória B onde elas se tornam cada vez mais sofisticadas e aprendem a reconhecer um conjunto diversificado de sequências genéticas virais. Quanto mais amplo for o alcance e quanto mais tempo essas células tiverem para praticar, maior será a probabilidade de serem capazes de impedir as variantes do vírus que possam surgir.

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No grupo recrutado, oito pessoas já haviam sido infectadas pelo coronavírus. Os cientistas coletaram amostras de linfonodos de 14 delas várias vezes: três, quatro, cinco, sete e 15 semanas depois da primeira dose, para analisar a evolução da resposta imunológica. A equipe descobriu que 15 semanas após a primeira dose, o centro germinativo ainda estava muito ativo em todos os 14 participantes e que o número de células de memória que reconheceram o coronavírus não diminuiu.

"O fato de que as reações continuaram por quase quatro meses após a vacinação é um sinal muito, muito bom", ressaltou Ellebedy, explicando que é comum que seja registrado um pico de anticorpos uma ou duas semanas após a imunização, que diminuem em seguida.

Deepta Bhattacharya, imunologista da Universidade do Arizona, ressalta que após uma infecção, o mais comum é que não reste grande proteção depois de quatro ou seis semanas, mas os centros germinativos estimulados pelas vacinas de mRNA persistem meses depois. Ele ressalta que esse é o primeiro estudo sobre a suração da imunidade feito em pessoas.

"Qualquer coisa que realmente exigir um reforço seria baseada em uma variante, não na redução da imunidade", disse Bhattacharya.

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