O laboratório alemão CureVac confirmou na noite desta quarta-feira (30) a eficácia global de apenas 48% de sua vacina anti-Covid, valor abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50%.
"No contexto sem precedentes de termos 15 cepas circulando na população do estudo no momento da análise, a CVnCoV demonstrou uma eficácia global de 48% contra a Covid-19 de qualquer gravidade", informou a empresa em nota, ressaltando que 83 infectados pela doença tinham recebido a vacina.
O resultado foi levemente superior em pessoas entre 18 e 60 anos, com 53% de eficácia, aumentando para 77% na proteção a manifestação moderada e grave da doença e 100% de mortes. Mas, nos idosos, os números foram muito baixos.
Os dados finais confirmam o estudo preliminar divulgado em 16 de junho, quando a eficácia global foi de 47%. Com isso, a vacina não deve entrar no portfólio de nenhuma nação.
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A vacina da CureVac usa a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA), assim como as da Pfizer/BioNTech e da Moderna. No entanto, os resultados ficaram muito abaixo das demais, que tiveram mais de 90% de eficácia nos primeiros testes clínicos em 2020.
Segundo informações da empresa alemã, cerca de 40 mil voluntários participaram dos testes em países da América Latina e na Europa. Ao todo, foram detectados 228 casos de Covid na pesquisa, sendo que 145 haviam tomado placebo.
O resultado frustrou a União Europeia, que apostava na vacina da CureVac como a primeira de mRNA feita totalmente em um país do bloco - a Pfizer/BioNTech tem produção fora dos países UE também.
A UE tinha firmado contrato para a compra de até 405 milhões de doses do imunizante, sendo 225 milhões iniciais com uma cláusula adicional de 180 milhões.