Apenas um estado brasileiro, Mato Grosso, apresentou tendência de alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que atualmente é causada na maioria das vezes pela Covid-19, segundo dados da semana de 20 a 26 de junho. A informação é do novo boletim do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira (2).
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Os pesquisadores alertam, no entanto, que os valores semanais de novos casos continuam elevados no país, o que, segundo os autores, evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação de transmissão do coronavírus.
A análise também aponta que 17 unidades federativas apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo, que analisa a variação média no número de novos casos de SRAG nas seis semanas anteriores, e, portanto, suaviza o efeito de possíveis oscilações e é considerada um sinal "forte" das tendências de queda, estabilização ou aumento de casos.
Nos outros nove estados foi observado sinal de estabilidade de casos de SRAG na tendência de longo prazo. São eles: Acre, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Piauí, Rondônia, e Sergipe.
"Todos os estados têm ao menos parte do seu território em nível alto ou superior, sendo que 22 deles e o Distrito Federal apresentam macrorregiões de saúde em nível extremamente elevado", informa a Fiocruz.
No boletim do InfoGripe divulgado há cerca de um mês, em 4 de junho, 13 estados e o Distrito Federal apresentavam tendência de alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
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A SRAG é um conjunto de sintomas associados a doenças respiratórias. São os casos graves, notificados nos hospitais. As análises do InfoGripe são feitas com base nos dados inseridos no sistema Sivep-Gripe, do Ministério da Saúde.
Casos nas capitais e recomendações
Segundo o novo boletim, nenhuma das 27 capitais apresenta sinal de crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo. Em 13 delas foi observado sinal de queda e as outras apresentaram estabilização, "indicando interrupção da tendência de queda ou manutenção de platô".
Os pesquisadores continuam recomendando cautela em relação à flexibilização de medidas de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19 enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida "por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos".
Também ressaltam a necessidade de reavaliação das flexibilizações já implementadas nos estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados.