O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira que fornecerá suporte de sequenciamento genômico ao Brasil, Etiópia, Quênia, Nigéria e Paquistão para ajudar a identificar, avaliar e rastrear novas variantes do novo coronavírus.
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O SARS-CoV-2, que matou 4 milhões de pessoas em todo o mundo desde que surgiu na China no final de 2019, sofre mutações a cada poucas semanas. Essa taxa de alteração é mais lenta do que a gripe ou o HIV, mas o suficiente para exigir ajustes nas vacinas.
A Public Health England, agência britânica de saúde pública, estenderá o apoio aos parceiros do país por meio do programa New Variant Assessment Platform, que rastreia as mudanças no vírus.
O Brasil sofreu, este ano, com o impacto da variante P.1 do coronavírus, descoberta pela primeira vez em Manaus. Mais transmissível, ela provocou muitos casos de Covid-19 e se tornou majoritária no país.
Em maio, o Brasil registrou os primeiros casos da variante Delta , identificada na Índia e que também preocupa pela maior transmissibilidade, em tripulantes de um navio em São Luís, no Maranhão. Nesta terça-feira, a prefeitura de São Paulo informou que investiga a possibilidade de transmissão comunitária da variante na cidade, quando não é possível identificar a origem da infecção.
O Reino Unido é um dos países do mundo com maior infraestrutura de pesquisa para sequenciar o genoma de vírus. Cerca de um terço de todas as sequências genéticas do SARS-CoV-2 submetidas ao banco de dados internacional GISAID sobre os vírus da gripe foram produzidas em instituições britânicas.
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"O Reino Unido é uma superpotência científica e precisa apoiar a luta mundial contra a Covid-19 ", afirmou o ministro das Relações Exteriores do país, Dominic Raab, no anúncio da iniciativa.
"Estamos compartilhando a experiência genômica do Reino Unido com Brasil, Etiópia, Quênia, Nigéria, Paquistão, Cingapura e com o Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças, aumentando a vigilância de doenças e ajudando os países a identificar, rastrear e reagir às variantes da Covid-19, que são de preocupação global."
Autoridades de saúde britânicas disseram que a vigilância genômica robusta é vital para identificar novas variantes do novo coronavírus e, em seguida, combatê-las.
A Public Health England já sequenciou amostras da Ucrânia, Quirguistão, Tajiquistão e Albânia, e o programa será estendido.
"As novas variantes do SARS-CoV-2 são uma grande ameaça e é importante lembrar que, em uma pandemia global, nenhum país está seguro até que todos os países estejam seguros", disse Jenny Harries, presidente-executiva da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido.