Luiz Carlos Gomes de Oliveira e Dirlene, ambos professores de 61 anos, foram receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19 nesta segunda-feira (12) no Corpo de Bombeiros da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O casal, no entanto, foi impedido de tomar o imunizante pois vestiam camisetas com dizeres contra o presidente Jair Bolsonaro.
A postagem de uma amiga do casal sobre o caso viralizou nas redes sociais. Luiz Carlos confirmou o ocorrido e disse ao iG Saúde que o comandante do local estava proibindo as pessoas de se vacinarem com manifestações contra o governo Bolsonaro, como camisetas e cartazes. Por isso, eles foram obrigados a retirar a camiseta ou vestir do avesso.
O professor, no entanto, ressalta que os soldados foram bastante educados e que teve medo deles sofrerem algum tipo de punição.
"Estava na fila para ser vacinado e um bombeiro muito gentil e com muita educação pediu para que colocasse minha blusa do avesso porque, por determinação do comando, a vacinação não seria feita em quem portasse cartazes ou vestimentas com mensagens políticas e, caso a vacinação fosse realizada sem o cumprimento desta ordem, os soldados responderiam a inquéritos e poderiam ser presos por até 30 dias", explicou Luiz Carlos.
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"Cumpri a determinação, argumentando a ilegalidade da ordem e comuniquei que levaria essa questão para a imprensa", continuou. "Como cumpri a determinação, fui vacinado normalmente. Tomei essa atitude porque compreendi que não seria correto submeter os bombeiros a mais um constrangimento e que eles são subalternos, obrigados a cumprir ordens", finalizou.
Na camiseta de ambos estava estampada a frase: "A segunda dose da vacina nos livra da Covid-19. O que nos livrara dos Bolsovírus será o impeachment ou seu voto em 2022". O iG Saúde entrou em contato com a assessoria do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, mas ainda não obteve resposta.
Na última quinta-feira (8), algo parecido aconteceu no Memorial da América Latina, em São Paulo. Na ocasião, dois militares do Exército disseram que Roberta Rodrigues, 39, não poderia falar de Bolsonaro enquanto estivesse dentro do Memorial para se vacinar no drive-thru.