O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou a cobrar nesta quinta-feira (15) que a China seja mais "transparente" e para que "colabore mais" na investigação sobre a origem do coronavírus Sars-CoV-2.
"Esperamos que haja uma maior cooperação para ir a fundo sobre o que aconteceu. Todos devem colaborar para entender o que aconteceu e evitar que isso volte a ocorrer", ressaltou Ghebreyesus em coletiva à imprensa em Genebra, na Suíça.
Ressaltando que a primeira fase das investigações foi bem-sucedida, quando um grupo de especialistas da OMS passou uma semana em Wuhan, primeiro local onde um surto da Covid-19 foi registrado, o diretor-geral deu a entender que ainda estão sendo aguardados documentos de Pequim. "Precisamos de mais informações sobre eles", afirmou.
Ao ser questionado se a pandemia pode ter começado por conta de um vazamento não intencional do laboratório de Wuhan, Ghebreyesus destacou que "esse tipo de acidente pode acontecer e não é algo incomum".
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Até hoje não se sabe ao certo como a pandemia começou. Os primeiros casos de uma "pneumonia diferente" foram detectados em Wuhan, no fim de dezembro de 2019, mas diversos estudos sugerem que o Sars-CoV-2 já estava circulando na China - e em países europeus - em meses anteriores.
A comissão da OMS, em seu relatório, descartou a possibilidade do Sars-CoV-2 ser um vírus criado em laboratório, reforçando que ele é natural e que, provavelmente, se desenvolveu em morcegos.
Ainda não se sabe qual foi o animal que fez o chamado "salto de espécie", saindo da natureza selvagem e provocando danos ao homem.
Além da pressão da OMS, a China vem sendo pressionada também pelos Estados Unidos e pelo G7 a dar mais informações sobre os primeiros casos registrados no hospital de Wuhan. Há muitas dúvidas - e até acusações - de que Pequim destruiu esses dados e demorou a notificar a OMS sobre a gravidade do surto.
Por sua vez, os chineses sempre negaram que escondem informações da OMS e dizem que outros países é que deveriam abrir suas portas para que o órgão também investigue a origem da pandemia nesses territórios.