Após meses de hesitação, o americano Marquis Davis, de 28 anos, disse à família que tomaria a vacina contra a Covid-19 após se recuperar da doença. O empresário, porém, não resistiu às complicações do vírus e faleceu. Mesmo no luto, os parentes decidiram homenageá-lo transformando o funeral, realizado neste sábado, em um evento de testagem e imunização. Para a mulher de Marquis, Charnese Davis, o evento é um alerta para a comunidade de Rockledge, na Flórida, nos EUA , sobre os perigos do vírus.
"Ele foi tão inflexível sobre não tomar... São muitos os adultos mais jovens que não querem se imunizar ou pensam que a doença não os afetará. Mas afeta. Essa situação poderia ter sido evitada. Você precisa se vacinar para que isso não aconteça com você, para pelo menos você tenha uma chance de lutar. Proteja-se. Proteja sua família. Não é nada para brincar", ressaltou Charnese em entrevista à emissora de TV Americana ABC News .
Charnese conta que o marido passou seis dias no hospital até ela ser avisada pela equipe médica que ele não sobreviveria. "No hospital ele disse: 'querida, vou tomar a vacina quando sair daqui'. Eu só pensei: 'Estou tão feliz que você disse isso, mas é tarde demais'", lembrou.
A ideia de transformar o memorial em uma ação em prol da comunidade foi feita pelo líder da igreja que Marquis frequentava com a família. Charnese aceitou a proposta na hora. O templo fez uma parceria com o estado para oferecer doses das farmacêuticas Pfizer e Johnson & Johnson bem como os testes disponíveis no evento.
"Agora estamos vendo as coisas mudarem completamente com esta variante delta. Marquis tinha 28 anos, a vida pela frente e, por causa Covid-19, especificamente essa variante delta, e por ele não ter se vacinado, sua vida foi abreviada. Nossa posição como igreja é: Vamos fazer isso. Não queremos ver outra pessoa perder a vida, ponto final", ressaltou Shaun Ferguson, o pastor da igreja Faith Temple Christian Center.
Mais de 110 mil novos casos de Covid e 108 mortes foram relatados na Flórida na última semana de julho. Ao todo, 50,6% da população no estado está totalmente vacinada, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.