Saiba o que é o Parkinson, doença diagnosticada em José Serra
Reprodução: iG Minas Gerais
Saiba o que é o Parkinson, doença diagnosticada em José Serra


O senador José Serra emitiu uma nota oficial, na terça-feira (10), para anunciar que está se afastando do cargo pois foi  diagnosticado com doença de Parkinson em estágio inicial. O político solicitou quatro meses de afastamento, período no qual deve se adaptar à medicação e tratar seu  distúrbio de sono.

Se tratando de uma doença neurodegenerativa, o neurologista Beny Schmidt afirma que é muito bom que Serra tenha sido diagnosticado logo cedo, assim pode iniciar rapidamente o tratamento de reabilitação neuromuscular. "Com este tratamento, conseguimos melhorar a qualidade de vida muscular, tornando os músculos mais ágeis, e melhorar a longevidade dos pacientes", afirma.

No estágio inicial, o Parkinson  causa um enrijecimento muscular do tronco, da nuca e dos membros superiores. "O indivíduo tende a parecer uma estátua com o tronco ligeiramente inclinado para a frente", explica Schmidt.

"Os joelhos ficam arqueados e o paciente não consegue caminhar corretamente. Não consegue tirar o pé inteiro do chão, o passo é curto e arrastado. E, quando ele anda, não mexe os braços e nenhum músculo da face. Pode comprometer os músculos das pálpebras também", completa o neurologista.

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Não há, pelo menos ainda, um medicamento que cure o Parkinson. No entanto, existem tratamentos com ótimos resultados que focam na longevidade do paciente e em sua qualidade de vida.

"Um dos tratamentos é o trabalho de reabilitação neuromuscular, que pode ser feito em paralelo à medicação de levodopa. Na minha experiência, a reabilitação neuromuscular é mais importante do que todos os medicamentos experimentados na literatura e já testados para melhorar a qualidade de vida do paciente", opina Schmidt.

O neurologista cita como exemplo o canto, que pode ser uma boa alternativa para os comprometimentos que o  Parkinson causa à fala. Além disso, jogos de xadrez ou dama ajudam a preservar o pensamento e a lógica do paciente.

Schmidt não nega que a doença seja limitadora, mas afirma que é possível combinar o Parkinson a uma boa qualidade de vida quando se é feito um tratamento contínuo de reabilitação neuromuscular, atividades físicas, além das medicações já testadas na literatura.

Entre os medicamentos, está o canabidiol, que pode ser usado em várias doenças neurodegenerativas e está sendo testado em várias patologias diferentes. "Mas o melhor tratamento é a reabilitação neuromuscular", reafirma o neurologista.

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