Segundo o chefe da missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) que investiga a origem da Covid-19, o primeiro paciente pode ter sido infectado em um laboratório de alta segurança de Wuhan, na China. Em entrevista à emissora dinamarquesa TV2, o cientista Peter Ben Embarek afirmou, no entanto, que os pesquisadores da entidade não encontraram nenhuma evidência direta sobre isso.
Embarek argumentou dizendo que a hipótese surgiu sobretudo porque pesquisas com morcegos contaminados eram feitas no local.
"Se ainda acho que devemos investigar a hipótese de um vazamento de laboratório, é por várias razões diferentes. Uma delas é a forma como o governo chinês tem se comportado. Eles tentaram suprimir todas as pesquisas na área. Não sabemos se é porque eles apenas querem tentar controlar a história, ou se é porque têm algo a esconder", disse à emissora.
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De acordo com Embarek, em dezembro de 2019 até mil pessoas já estariam infectadas na província chinesa -- número superior ao informado pelo país, que indicava apenas 174 casos graves da doença. A equipe da OMS também encontrou 13 variantes circulando em Wuhan no período, o que sugere que o vírus já se desenvolvia há algum tempo, afirma o cientista.
O cientista também cita a transferência do laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan em dezembro de 2019 para um endereço a 100 metros do mercado de Wuhan, onde o primeiro caso da doença foi registrado.
"É interessante que o laboratório mudou em 2 de dezembro de 2019. Este é o período em que tudo começou, e você sabe que quando você muda um laboratório, isso atrapalha tudo", argumentou Embarek.
Segundo informações do Daily Mail, durante a visita à instituição, a equipe da OMS não foi autorizada a analisar os documentos ou livros do local. "Fizemos uma apresentação e depois conversamos e fizemos as perguntas que queríamos fazer, mas não conseguimos examinar nenhuma documentação", afirmou.