Grande parte das pessoas com menos de 18 anos infectadas pela Covid-19 apresenta sintomas leves, mas alguns podem desenvolver a Síndrome Inflamatória Pediátrica Multisistêmica (PIMS). A consequência associada ao novo coronavírus é rara e inflama órgãos e tecidos como coração, pulmões, rins, aparelho digestivo, cérebro, pele e olhos, podendo levar à morte.
Pesquisadores do Hospital Monte Sinai, em Nova York, nos Estados Unidos, descobriram uma pista importante sobre a síndrome. Segundo estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature Communications, complexas redes de genes estão envolvidas nos casos pediátricos analisados.
Uma delas implicava na supressão de dois tipos de células imunológicas, as células exterminadoras naturais (NK) e as células T CD8+. Estudos anteriores já haviam mostrado que quando as células T CD8+ enfrentam os agentes patógenos de forma persistente elas entram em estado de "esgotamento", perdendo eficácia e a capacidade de proliferação.
Segundo a nova pesquisa, nos casos da PIMS, as células T CD8+ estão nesta situação de esgotamento, o que debilitaria a resposta imunológica inflamatória. O estudo também mostrou que o aumento das células NK está associado às células T CD8+ afetadas.
"Nosso estudo descobriu que o esgotamento das células T nos pacientes com esta PIMS é um dos possíveis fatores que impulsionam a doença, o que sugere que um aumento, tanto das células NK, como das células T CD8+ esgotadas em circulação, poderia melhorar os sintomas", explica Noam Beckmann, professor da Faculdade de Medicina Icahn, segundo informações da agência espanhola EFE.