Enquanto a terceira dose de vacina já é uma realidade em partes do mundo, o Brasil avança em estudos do tipo — comandados pelo Ministério da Saúde e por farmacêuticas — para determinar quais grupos seriam beneficiados com a aplicação extra de imunizantes contra a Covid-19.
Já foram iniciados estudos que englobam o Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Os estados do Rio Grande do Norte e do Rio Grande do Sul devem ter as aplicações, com a vacina de Oxford/AstraZeneca, em agosto e setembro, respectivamente.
O mais recente deles começou as aplicações na segunda-feira, 16, em Salvador (BA) e deve iniciar as agulhadas nesta terça-feira (17), em São Paulo (SP). Trata-se da análise capitaneada pelo Ministério da Saúde para avaliar o uso de terceira dose em brasileiros previamente vacinados com duas aplicações da vacina CoronaVac.
Para o reforço, serão utilizadas todas as vacinas disponíveis no Programa Nacional de Imunização (PNI): Janssen, Pfizer, AstraZeneca e, por fim, a própria CoronaVac. Serão 1.200 participantes divididos nas duas localidades. O estudo é coordenado pela pesquisadora da Universidade de Oxford, Sue Ann Costa Clemens. Os resultados devem ser conhecidos até o fim deste ano, como forma de balizar as decisões do Ministério da Saúde sobre o tema no ano que vem.
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"O próximo ano de imunização tem que ter uma estratégia desenhada com evidências científicas", explicou Clemens ao GLOBO. A pesquisadora também comanda o estudo com a terceira dose da AstraZeneca no país.
AstraZeneca/Oxford
Outra análise atualmente em curso é a da aplicação de uma terceira dose da vacina do consórcio AstraZeneca/Oxford com os mesmos participantes do estudo de fase III do imunizante no Brasil. A etapa é considerada uma continuidade do estudo e contará com um intervalo entre 4 mil e 4,6 mil participantes em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Os dois últimos ainda não iniciaram as aplicações.
As aplicações são dedicadas a pessoas vacinadas, inicialmente, com o imunizante num prazo de 11 a 13 meses. As últimas aplicações devem ocorrer até 31 de outubro, explicou a pesquisadora Sue Ann Costa Clemens.
Pfizer
Um dos estudos, o da Pfizer, já concluiu as aplicações em julho. Os voluntários devem ser acompanhados por um ano. Foram 443 participantes no centro clínico do Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador (BA), e 442 participantes no Centro Paulista de Investigação Clínica e Serviços Médicos (Cepic) em São Paulo (SP). Os vacinados receberam a terceira aplicação do mesmo imunizante que iniciaram seu esquema vacinal, o da farmacêutica americana.