Taiwan iniciou nesta segunda-feira a aplicação da vacina contra a Covid-19 Medigen, desenvolvida no país. A presidente Tsai Ing-wen recebeu a primeira dose mesmo em meio a críticas de que o Ministério da Saúde acelerou a aprovação do imunizante. O aval emergencial ocorreu no mês passado, antes do fim da fase três dos testes clínicos.
Até o momento, os residentes da ilha foram receberam vacinas Moderna e AstraZeneca, mas a presidente adiou a aplicação aguardando a aprovação do imunizante produzido pela empresa local.
Segundo o governo, mais de 700 mil pessoas já se inscreveram para tomar a nova vacina que requer uma segunda dose 28 dias após a primeira. O imunizante usa um fragmentos do coronavírus para induzir a resposta imunológica.
Segundo o laboratório Medigen, os testes finais, realizados no Paraguai, devem terminar até o fim do ano. A empresa garante que não há motivo para "grandes preocupações" em relação a segurança das vacinas e informou que a resposta imune "não é pior" do que a criada por doses AstraZeneca.
"Fizemos tantos experimentos, todo mundo viu o quão segura é nossa vacina. Existem tão poucos efeitos colaterais... quase nenhuma febre. Então, acho que todos podem ficar tranquilos", disse o CEO da Medigen, Charles Chen, em entrevista à Reuters.
Membros do Partido Nacionalista (Kuomintang), principal opositor do governo, fizeram duras críticas à aprovação e tentaram barrar o uso emergencial judicialmente. Parlamentares afirmaram que "a vacina não era segura", que a aplicação "foi precripitada" e que a população estava sendo tratada como "ratos brancos em um laboratório".
Taiwan tem registrado uma média diária de dez casos de Covid-19 e a vacinação ainda é lenta no país. Apenas 5% da população de mais de 20 milhões de habitantes está completamente imunizada. No total, 40% recebeu pelo menos uma dose.