Covid-19: o que é a nova variante da África do Sul que foi detectada na Europa
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Covid-19: o que é a nova variante da África do Sul que foi detectada na Europa

Já não bastasse as cepas conhecidas da Covid-19, como a variante Delta, Gama, Beta, Alfa, e suas variações, agora surge mais uma preocupação para os órgãos de saúde internacionais, a  nova variante chamada de C.1.2, que surgiu a partir linhagem C.1, que dominou as infecções na 1ª onda da pandemia na África do Sul ainda em 2020.

Como já observado, as variantes do coronavírus tem potencial para serem altamente trasmissíveis e potencialmente mais perigosas para a população. Ainda recém-descoberta e com muitas dúvidas sobre seu desenvolvimento, essa nova variante C.1.2 já chegou à Europa,  mais especificamente em Portugal, conforme divulgado, nesta segunda-feira (30), pelas autoridades de saúde portuguesas.

O que sabemos até agora?

Segundo os cientistas sul-africanos, a nova cepa contém um número preocupante de mutações. Essa variante C.1.2 foi identificada, pela primeira vez, em maio nas províncias sul-africanas de Mpumalanga e Gauteng, onde ficam Joanesburgo e a capital, Pretória. Desde o surgimento, a nova cepa também já foi encontrada em outros sete países da África, Oceania, Ásia e Europa, como Portugal, Inglaterra e Suíça, além de China, República Democrática do Congo, Maurícia e Nova Zelândia.

Até o momento, sua característica mais marcante é o alto número de mutações que ela é capaz de fazer, além da potencial maior transmissibilidade. Segundo ao estudo que identificou essa nova variante, a C.1.2 tem alterações na proteína spike que foram observadas em outras variantes de preocupação e associadas a um aumento na transmissibilidade e a uma redução da sensibilidade à neutralização.

Em Portugal, o Instituto Nacional de Saúde confirmou que o caso foi detectado no início de julho na região da ilha da Madeira. O Instituto, no entanto, negou que haja evidência de que a variante seja mais infecciosa ou resistente às vacinas já disponíveis.

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As mutações são inicialmente classificadas como variantes de interesse pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Quando são mais graves ou transmissíveis, são denominadas variantes preocupantes. Até o momento da publicação desta reportagem, a OMS ainda não classificou essa variante em nenhum dos dois grupos. Mas, caso o número de infecções aumente, é muito provavel que essa cepa passe a ser vista com mais cuidado.

Em entrevista ao jornal britânico 'The Guardian', a virologista e professora da Universidade de Sydney, Megan Steain, disse as mutações dessa cepa são preocupantes e lembram a  variante Delta, que já é dominante no mundo.

"Ele (vírus) contém algumas mutações importantes que vemos em outras variantes que passaram a se tornar variantes de interesse ou preocupação (...) Sempre que vemos essas mutações específicas surgirem, gostaríamos de ficar de olho na variante para ver o que ela vai fazer. Essas mutações podem afetar coisas como se ele evita a resposta imunológica ou se transmite mais rápido", afirmou a pesquisadora.

A variante pode não ser um problema?

As variantes da Covid-19 surgem o tempo todo e muitas delas desaparecem antes de se tornarem um problema real, isso porque muitas delas são muito frágeis. "Acho que ainda estamos em um ponto em que isso pode morrer, a prevalência é muito baixa", disse Steain.

E completou: "Vimos isso com a variante Beta, e outras variantes preocupantes, onde parecia que poderia haver um problema, eles até tinham áreas onde foram transmitidos e se espalharam muito bem. Mas então eles realmente não se firmaram com o tempo e foram superados por outras variantes de preocupação que são capazes de transmitir mais rápido. E então eles simplesmente morrem".

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