Seis estados não vão antecipar a aplicação da segunda dose da vacina AstraZeneca em razão da falta de doses. A decisão vai de encontro a uma recomendação do Ministério da Saúde anunciada em agosto pelo ministro Marcelo Queiroga.
Segundo informações apuradas pela Folha de S. Paulo, apesar da ideia do ministro de diminuir o intervalo de 12 para oito semanas, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e Rio Grande do Norte já descartaram a possibilidade de reduzir o intervalo de 12 para oito semanas enquanto não acontecerem novos envios pelo governo federal.
A vacina tem faltado em diversos pontos do país. Em São Paulo, o governador João Doria autorizou que pessoas com a 2ª dose da AstraZeneca atrasadas completassem sua imunização com a dose fabricada pela Pfizer. Na semana passada, o governador ameaçou ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o "apagão de vacinas" - termo usado pelo governo, não fosse normalizado.
O Ministério da Saúde, no entanto, negou que tivesse em falta com o Estado, e afirmou que o problema tinha acontecido na gestão dos lotes recebidos, fato negado pelo governo e pela Prefeitura da Capital.
O Rio Grande do Norte tentou colocar a medida da redução do tempo em prática, mas foi obrigada a recuar pela falta de vacinas. À Folha, outros 11 estados e o Distrito Federal disseram que ainda aguardam orientação do Ministério. A pasta ainda não divulgou nota técnica com as diretrizes para a implantação da orientação. Amapá, Goiás, Piauí, Rondônia e Sergipe não responderam.
Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Ceará conseguiram encurtar o prazo para a segunda dose. No Espírito Santo, o intervalo caiu de doze para dez semanas, mas a gestão de Saúde não conseguirá atingir as oito ditas pelo Ministério.