A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu dois processos para apurar as acusações contra a Prevent Senior, alvo de denúncias na CPI da Covid no Senado. Em nota, a ANS afirma que já realizou diligências in loco e telefônicas, e que fez uma reunião com representantes da empresa. A agência relata ainda que enviou ofícios a médicos e ex-médicos da Prevent.
De acordo com o comunicado, os processos de apuração foram abertos nos dias 8 e 20 de setembro. A ANS é responsável pela regulação da saúde sumplementar no país. A CPI da Covid no Senado apura se a Prevent Senior ocultou a morte de pacientes vítimas do coronavírus que participaram de estudo para analisar a eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19. A droga é comprovadamente ineficaz contra a doença.
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Segundo a ANS, a expectativa da agência é dar " rápido retorno à sociedade dentro de suas atribuições". No comunicado, a agência destaca que "assim que foram divulgadas as denúncias de interferência da operadora no trabalho dos médicos e de não comunicação da operadora sobre o uso de medicamentos, a ANS instaurou processos de apuração".
A nota frisa ainda que a Prevent Senior tem obrigação manter a assistências a seus 540 mil beneficiários com qualidade.
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Em depoimento à CPI na última quinta-feira, a advogada Bruna Morato, que representa médicos que prestaram serviço a Prevent Senior, afirmou que a empresa tinha um "pacto" com o governo federal para validar o tratamento com o chamado "Kit Covid".
Morato afirmou ainda que a empresa orientava a redução do oxigênio fornecido aos pacientes internados.
"Esses pacientes, segundo informações dos médicos, evoluíam para óbito na própria UTI, então você tinha uma liberação de leitos. A expressão que eu ouvi ser muitas vezes utilizada é: óbito também é alta", afirmou Bruna Morato.