O brasileiro é o povo que que mais se preocupa com a saúde mental. Segundo a pesquisa World Mental Health Day 2021, divulgada pela Ipsos, três em cada quatro pessoas no Brasil, o que representa 75% da população, afirmam pensar muito ou consideravelmente em seu próprio bem-estar mental.
Atrás do Brasil, está a África do Sul (73%) e o Pedu (71%). Na outra ponta da estatística, estão os chineses (26%), sul-coreanos (31%) e russos (33%), que pensam menos no tema. Foram ouvidas mais de 21,5 mil pessoas com idades entre 16 e 74 anos em 30 países.
"A preocupação dos brasileiros pode ser vista como um reflexo da alta incidência de transtornos de saúde mental no país: dados da Organização Mundial da Saúde mostram que somos o país mais ansioso do mundo e o mais deprimido da América Latina. E a pandemia agravou esse cenário, trazendo um aumento no número de casos", afirma Helena Junqueira, Gerente de Pesquisa na Ipsos.
O bem-estar físico também aparece entre as maiores preocupações no Brasil. A África do Sul lidera a estatística, com 85% da preocupação atenta à essas questões. Colômbia e Peru estão empatados em 84%; Argentina e México, com 82%, e o Brasil com 74%.
A China aparece novamente como o último colocado, com 41%. Sul-coreanos (48%) e holandeses (52%) ficam na segunda e terceiras posições. A média global fica em 68%.
Quando perguntados o que é mais importante - bem-estar físico ou mental, o brasileiro avalia que as questões possuem o mesmo grau de relevância - 78% acreditam que são igualmente importantes; 16% acham que a saúde mental importa mais e 4% dão mais valor à saúde física.
Mais da metade da população, no entanto, vê que o Sistema Único de Saúde (SUS) se preocupa mais com a saúde física da população do que com a saúde mental. Para 40% dos entrevistados, o bem-estar mental é um dos três maiores problemas sanitários da atualidade.
"Os brasileiros estão cada vez mais conscientes em relação à importância da saúde mental, que é um tema ainda ligado a preconceito e falta de informação, mas temos observado essas questões sendo trazidas à tona pela mídia e pelas redes sociais. Falar sobre o assunto e divulgar informações confiáveis é fundamental para que a saúde mental deixe de ser um tabu", diz Helena Junqueira, Gerente de Pesquisas da Ipsos.