Dias após o presidente Jair Bolsonaro fazer afirmações falsas sobre a vacina contra Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, elogiou o programa de vacinação brasileiro e disse que nove a cada dez brasileiros querem receber o imunizante. Em uma palestra na Universidade de Lisboa, em Portugal, nesta terça-feira, Queiroga afirmou ainda que a vacinação é a principal estratégia no combate ao coronavírus.
Na última quinta-feira, durante uma live, o presidente Jair Bolsonaro associou vacinas contra Covid-19 ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). A transmissão foi derrubada pelo Facebook devido à propagação de notícia falsa. Desde o início da pandemia, o presidente Bolsonaro tem dado declarações questionando a eficácia das vacinas e propagando informações inverídicas sobre o tema. Bolsonaro também já disse reiteradas vezes que não vai se vacinar.
"Nossos avanços em relação à poliomelite e a outras doenças que são evitadas por vacina são reconhecidos por todos. É por isso que a cada dez brasileiros, nove querem receber a vacina contra Covid-19", afirmou o ministro, complementando.
"No passado, o sanitarista Oswaldo Cruz enfrentou a Revolta das Vacinas, ele entrava na casa das pessoas para vacinar praticamente de maneira forçada contra varíola. Hoje, enfrentamos não a Revolta das Vacinas, mas uma verdadeira guerra de vacinas, porque todas as vacinas foram adquiridas pelo governo federal e eleas são aplicadas nas 38 mil salas do Brasil", disse.
Até o momento, segundo dados do Consórcio de Veículos da Imprensa, 153.329.883 pessoas foram receberam a primeira dose da vacina, o que representa 71,88% da população brasileira. Já 111.043.658 pessoas completaram o ciclo vacinal (com as duas doses ou com a vacina de dose única), ou seja, 52,06% da população. Além disso, 6.633.383 já receberam dose de reforço.
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Durante sua exposição, Queiroga também argumentou que desde 2020 o governo agia pela vacinação. Um dos pontos principais apontados pela CPI da Covid foi o atraso do governo na compra de vacinas. Segundo relatório do senador Renan Calheiros (MDB), o tema não foi prioridade do governo.
"Os esforços para imunizar a população brasileira não são do ano de 2021. Eles começaram em maio de 2020 através de encomenda tecnológica feita à farmacêutica AstraZeneca em parceria com Universidade de Oxford."