Programa Nacional de Imunizações está há quatro meses sem comando
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Programa Nacional de Imunizações está há quatro meses sem comando

Programa Nacional de Imunizações, pasta criada pelo Ministério da Saúde há quase 50 anos e que visa expandir o acesso popular à vacinação, encontra-se há quase quatro meses sem comando. O vácuo no poder também ocorre em um momento em que os índices de coberturas vacinais no país encontram-se em queda e em níveis comparáveis ao da década de 1980. As informações são do portal Uol.

Até 2015, doenças como meningite, hepatite B e paralisia infantil registravam taxas de vacinação próximas a 100%. Atualmente, encontram-se abaixo de 80%. Infectologistas, como Rosana Richtmann - coordenadora do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia - ressaltam que o risco de ressurgimento destas doenças é alto.

"Eu não tenho muita dúvida de que essa demora na nomeação atrapalha, porque você vê que isso não é prioridade para as autoridades. Se fosse prioridade, a pessoa sairia do cargo num dia e já se começaria a buscar novos nomes. A gente não vê isso", opina.

Indicado no último dia 6 de outubro, o pediatra e professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ricardo Queiroz Gurgel, nunca chegou a tomar posse. Ao esembarcar em Brasília, descobriu que não assumiria mais a função.

"Cheguei ao ministério e fiquei esperando a chegada do secretário [de vigilância e saúde, Arnaldo Correia de Medeiros]. Mas disseram que ele estava afastado, por motivo de saúde, e veio um substituto. E essa pessoa que o substituiu me comunicou que não ia ter posse. Mas não disse o motivo", explica Gurgel.

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Para tomar posse, Ricardo precisaria ser cedido ao ministério pela UFS. Já que sua nomeação não foi revogada, o profissional da saúde também não está apto a retornar ao cargo universitário.


"O corpo técnico do PNI é muito bom. São pessoas dedicadas, que trabalham há muitos anos, e o nosso programa é consolidado e conceituado. Mas essa insegurança, por todo esse tempo sem comando, deve atrapalhar, sem dúvida", opina o pediatra.

O Ministério da Saúde não comentou sobre o recúo na posse de Ricardo Queiroz Gurgel e nem se irá nomear outro titular.

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