No mesmo dia em que a variante B.1.1.529 foi batizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Omicron e tratada como uma "variante de preocupação", vários países anunciaram uma sequência restrições a viagens e voos vindos de locais em que já há casos confirmados de infecção desse novo tipo de coronavírus.
Há pouco, os Estados Unidos e Canadá se juntaram à União Europeia e ao Reino Unido no anúncio de restrições a voos de países do sul da África, principalmente. O Canadá fechará suas fronteiras a passageiros que tenham estado recentemente na África do Sul, Botsuana, Essuatini (Suazilândia), Lesoto, Moçambique, Namíbia e Zimbábue.
A lista é a mesma para os EUA, com o acréscimo de Malauí. As restrições, que não incluem cidadãos e residentes americanos, entrarão em vigor na segunda-feira (29/11).
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nessa sexta (26/11) uma nota técnica recomendando a suspensão imediata de voos com passagens pela África do Sul, Botsuana, Essuatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, embora a própria entidade afirme que não há voos diretos entre o Brasil e estes países. O órgão destacou que a adoção ou não da recomendação cabe ao grupo interministerial formado por Casa Civil, Ministério da Saúde e Ministério da Justiça.
Em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro não confirmou que vai seguir a recomendação da Anvisa, dizendo que tomará "medidas racionais". A apoiadores, porém, ele questionou: "Que loucura é essa… quer dizer que fechou aeroporto, o vírus não entra?"
A Anvisa também defendeu a suspensão temporária do desembarque de viajantes estrangeiros com passagem por algum dos seis países listados e a realização de quarentena de viajantes brasileiros a quem se apliquem excepcionalidades para conseguir viajar.
O porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, afirmou que mais cedo na sexta-feira (26), em reunião emergencial, os diretores de saúde de todos os 27 Estados que compõem a União Europeia concordaram em impor restrições a sete países: África do Sul, Botsuana, Essuatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia e Zimbábue.
O Reino Unido já havia suspendido voos da África do Sul, Botsuana, Essuatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Singapura e Israel também colocaram Moçambique em sua lista vermelha.
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E o Japão anunciou que, a partir de sábado, os viajantes de grande parte do sul da África precisarão ficar em quarentena por 10 dias e fazer quatro testes durante esse período.
A Índia, por sua vez, está fazendo procedimentos de testes e rastreamentos mais rigorosos de passageiros vindos de África do Sul, Botswana e Hong Kong.
A OMS afirmou que até agora menos de 100 amostras da nova variante foram sequenciadas. A maior parte dos casos confirmados é da África do Sul, sobretudo da província de Gauteng, que tem como capital Johannesburgo. Em menor medida, há casos confirmados também em Hong Kong, Israel, Botsuana e Bélgica.
A organização também afirmou nesta sexta-feira que, embora ainda haja muitas incertezas sobre a nova variante, a Omicron parece trazer um maior risco de reinfecção do que outras.
Cientistas dizem que a Omicron é aquela com maior número de mutações até agora — cerca de 50, sendo 30 delas na proteína spike , que é crucial para a entrada do vírus na célula.