O prefeito do Rio, Eduardo Paes, cobrou que o governo federal assuma a responsabilidade de comprar vacinas contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A fala de Paes vem após o Comitê Científico de Enfrentamento à Covid-19 (CEEC) recomendar "fortemente" a vacinação para menores desta faixa etária, e sugerir a compra direta por meio dos fornecedores, em uma reunião ordinária com especialistas na segunda-feira.
"Eu pedi ao Daniel Soranz que entrasse em contato com a Pfizer. O que eu já tinha visto com o governador Doria (João Doria, de São Paulo) é que a Pfizer quer vender para o governo federal. Eu acho o ideal também. Na verdade, eu espero que o governo anuncie em breve a decisão de vacinar crianças", diz o prefeito.
Na manhã desta quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a publicação de uma consulta pública para a vacinação em crianças. O processo ocorrerá entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer também para essa faixa etária na última quinta-feira. O imunizante é o único aplicado em jovens de 12 a 18 anos no Brasil no momento.
O uso do imunizante da Pfizer foi autorizado no Brasil pela Anvisa na semana passada, mas o Ministério da Saúde ainda não realizou a compra do produto para distribuição aos municípios — a versão para crianças tem diferenças em relação à fórmula para adultos, na rotulação e na diluição, por exemplo.
"Alinhado às Sociedades Científicas e às melhores evidências até aqui disponíveis, o CEEC recomenda fortemente à SMS que todas as medidas sejam adotadas para implementar a companha de vacinação em crianças, avaliando inclusive a eventual necessidade de compra direta aos fornecedores", diz a ata da reunião.
Leia Também
Compra de vacinas sem o governo federal
Na última sexta-feira (17), a Pfizer respondeu ao ofício do governo de São Paulo quanto a compra de vacina que será aplicada a crianças entre 5 a 11 anos. A farmacêutica disse que já está negociando a venda do imunizante com o governo federal brasileiro. De acordo com a companhia, um acordo assinado em 29 de novembro prevê a entrega de 100 milhões de doses de vacina para 2022. Esse contrato, informa a nota, "já engloba o fornecimento de novas versões da vacina, inclusive para diferentes faixas etárias".
No mesmo dia, a Pfizer informou que está fazendo todos os esforços para que doses para crianças cheguem ao Brasil o mais rapidamente possível. No entanto, em nota, a farmcêutica americana afirmou que "ainda não é possível determinar a data de entrega de doses pediátricas ao Brasil" e que atua "junto ao governo para definir as próximas etapas desse processo".