O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira que não faltará vacina para os responsáveis que "desejem vacinar seus filhos" e frisou que "os brasileiros são livres para optar" pela imunização. A declaração foi dada em Brasília, momentos antes de viajar a São Paulo para receber o primeiro lote da vacina contra Covid-19 para crianças.
A remessa da Pfizer, voltada para o público de 5 a 11 anos, aterrissou no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), por volta das 4h desta madrugada, contendo 1,248 milhão de doses. Após o desembarque, as vacinas foram encaminhadas para um estoque no aeroporto, para então serem levadas a um centro de distribuição e logística do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).
"Quero assegurar que (a) todos os pais que desejem vacinar seus filhos, não faltará vacina. A campanha de vacinação do Brasil vai muito bem porque os brasileiros são livres para optar por essa política pública", declarou em um vídeo publicado em seu Instagram nesta manhã.
A previsão do ministério é receber 4,3 milhões de doses pediátricas (Cominarty) da farmacêutica ainda em janeiro, e um total de 20 milhões no primeiro trimestre.
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Em seu Twitter, na quarta-feira, Queiroga destacou que as vacinas infantis contra Covid-19 "não são obrigatórias", pois não estão inclusas no Programa Nacional de Imunizações (PNI), apenas no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid019 (PNO). Em suas declarações, ele têm feito questão de reforçar que pais, mães e responsáveis têm a opção de imunizar suas crianças, o que vem atraindo críticas da comunidade especializada, segundo a qual tanto o presidente da República quanto o ministro da Saúde deveriam incentivar a população a se proteger contra a doença.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu crianças de 5 a 11 anos na bula da vacina da Pfizer numa decisão anunciada em 16 de dezembro. Apesar disso, o governo federal vinha dificultando o início da vacinação infantil. O ministério de Queiroga pressionou pela exigência de atestado médico para aplicação da vacina, por exemplo, e o presidente Jair Bolsonaro chegou a questionar qual seria "o interesse das pessoas taradas por vacina".
Bolsonaro deu diversas declarações contrárias à imunização. Apesar de dados oficiais mostrarem 301 óbitos de crianças no Brasil por Covid-19, ele disse não conhecer mortes nessa faixa etária. Afirmou também que sua filha, Laura, não seria vacinada, e desincentivou responsáveis a imunizarem seus filhos.
No mesmo vídeo publicado por Queiroga, o coordenador do Departamento de Logística da pasta, Ridauto Fernandes, prometeu que as vacinas para crianças desembarcadas nesta quinta no Brasil chegarão ao "último dos estados" até as 17h da sexta-feira. Até lá, passarão por um controle de qualidade, segundo ele, antes de serem distribuídas.