Levantamento não considera condições psíquicas, como depressão e ansiedade
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Levantamento não considera condições psíquicas, como depressão e ansiedade

O ineditismo e as incertezas trazidos pela pandemia fizeram com que o brasileiro recorresse ao Google para sanar grande parte de suas dúvidas sobre a saúde.

Em um levantamento feito com exclusividade para o iG, o buscador elencou as dez doenças mais pesquisadas em todo o país nos últimos doze meses. Sem surpresa, a covid-19 lidera a lista, seguida pelo câncer e pela influenza.

Em quarto lugar, está a diabetes, e em quinto, a sinusite. Candidíase, hipertensão, dengue, herpes e HIV/Aids completam a lista.

As pesquisas batem com os números do país. Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) realizada em 2019, 52% da população apresentava uma doença crônica. Os dados apontam que 23,9% da população sofre de hipertensão arterial, cerca de 38 milhões de pessoas, e 7,7%, diabetes (12,3 milhões de pessoas).

Doenças do coração atingem 5,3% da população (8,4 milhões de pessoas) e o câncer, 2,6% (4,1 milhões de adultos).

O brasileiro também pesquisou quais são os sintomas relacionados às doenças. Segundo o buscador, sintomas de covid, gripe e sinusite foram os mais procurados.

Em seguida, aparecem os sintomas de infarto, dengue, pneumonia, anemia, HIV, pressão alta e rinite. Por questões técnicas, os dados não contemplam buscas por condições psíquicas, como depressão e ansiedade.

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Mas os brasileiros não são os únicos a procurarem pelo Google ao relatar algum sintoma - cerca de 1% de todas as buscas no mundo são relacionadas a sintomas.

Por esse motivo, a plataforma incluiu na primeira página de buscas um conteúdo revisado por médicos em 2016 - um painel informativo, em português, que dá informações básicas sobre os sintomas e orienta o usuário a procurar um profissional.

Nada de 'Dr. Google'

Embora as buscas na internet sejam normais no nosso dia a dia, o Dr. Ricardo de Oliveira, neurocirurgião pediátrico e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRUSP), alerta sobre a necessidade de procurar um especialista.

"Não há dúvida que a internet revolucionou a forma como interagimos, e ampliou nosso conhecimento. A pesquisa de qualquer palavra no Google é feita milhares e milhares de vezes, todos os dias. Entretanto, a medicina é uma área extremamente complexa. Nós sabemos que as plataformas de busca são utilizadas para busca de informações relacionadas à saúde. E frequentemente nós encontramos no nosso dia a dia pessoas que apresentam problemas e acabam encontrando informações equivocadas", diz.

"É necessário, é fundamental, que um profissional capacitado possa explicar quais são as indicações para cada tipo de doença. Não há papel mais importante do que o de um profissional capacitado, que pode fornecer as informações corretas para cada tipo de doença, indicações cirúrgicas ou tratamentos. Devemos também ficar muito atentos às notícias falsas que circulam nas redes sociais", conclui.

** Filha da periferia que nasceu para contar histórias. Denise Bonfim é jornalista e apaixonada por futebol. No iG, escreve sobre saúde, política e cotidiano.

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