A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio vai fechar, ao longo desta semana, quatro centros de testagem para a covid-19 . A medida foi anunciada nesta segunda-feira (7) pelo secretário Daniel Soranz, em entrevista ao Bom Dia Rio da TV Globo, e foi motivada pela redução da positividade dos exames realizados na cidade, de casos e do número de internados pela doença.
A expectativa é desmontar todos os postos até o final de fevereiro, fazendo com que os testes ocorram somente nas unidades de saúde.
Na manhã de hoje, a procura pelo exame foi baixa na centro de testagem montado no CIEP Nação Rubro Negro, no Leblon, na Zona Sul do Rio. De acordo com a atualização das 12h do Painel Rio COVID-19, a taxa de positividade dos testes chegou a 31%.
Na primeira semana de 2022, a taxa alcançou 42% e subiu para 45% na semana seguinte. A partir da terceira semana de janeiro, a queda começou a ser vista, registrando 41% e 34% nas duas últimas semanas do mês, respectivamente. Atualmente, 321 pessoas estão internadas com a doença e duas aguardam na fila de espera por leitos.
"Na rede de testagem, o Rio foi a cidade do país que mais testou. Mas agora, o número de casos vem caindo bastante. Então, a gente vai fechar, ao longo dessa semana, quatro dos nossos pontos de testagem e, a gente espera que até o final de fevereiro, que a gente possa fechar todos os pontos de testagem e manter a testagem somente nas unidades de saúde. Então, a gente começa os fechamentos essa semana, por conta da diminuição do número de casos, também da diminuição da positividade dos testes e também por conta da redução de pessoas internadas por covid-19", disse o secretário.
Apesar da redução de casos da doença, a baixa adesão à vacinação infantil contra o novo coronavírus preocupa a SMS. Até o momento, menos da metade do público de 5 a 11 anos recebeu o imunizante, que contemplou somente 41% do grupo, o que representa 230.636 crianças. Outras 329.591, que representam 59% do público-alvo, ainda não receberam a primeira dose.
"Essa é uma preocupação imensa da Secretaria Municipal de Saúde. Hoje, tem muitas notícias falsas sobre efeitos colaterais das vacinas infantis. As vacinas são seguras, a gente já vacinou mais de 230 mil crianças na cidade do Rio de Janeiro, sem nenhum efeito colateral grave. É uma vacina muito segura, muito eficaz. Protege contra internação, então a gente precisa que os pais tragam as crianças para se vacinarem o quanto antes", pediu Soranz.
Preocupada com a saúde da filha e com a volta às aulas, a professora Iamni Jager, de 35 anos, levou a pequena Luna Jager, de 5 anos, para se vacinar na manhã de hoje na Casa Firjan, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Ela conta que a menina estava com medo pois havia se vacinado recentemente contra outras doenças, mas que ao final vibrou com o Certificado de Coragem. A educadora destacou a importância da imunização das crianças.
"Ela (Luna) chorou muito, mas depois ficou feliz com o Certificado de Coragem. A vacinação é fundamental e a gente vê as pessoas negando essa questão. A gente vê a vacinação como fundamental para a saúde dela e também para um retorno mais seguro para a aula, para a socialização com outras crianças. É muito importante para mandarmos ela para a aula mais segura", afirmou Iamni.
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Hoje, o calendário chegou à última faixa etária, com doses aplicadas nas meninas de 5 anos. Nesta terça-feira (8), é a vez dos meninos com a mesma idade e na quarta-feira haverá repescagem para 5 anos ou mais.
As crianças de 5 a 11 anos que tiverem alguma deficiência ou comorbidade podem se vacinar a qualquer momento da campanha, independente da idade no calendário.
Com a volta às aulas totalmente presenciais a partir desta segunda, o secretário municipal de Saúde disse que haverá campanha nas escolas para estimular a vacinação.
Além disso, o Soranz anunciou que será agendada data para que as unidades de ensino promovam a imunização dos alunos e que os responsáveis receberão formulários para autorizar a aplicação da primeira dose.
"A gente começa uma campanha com os professores nas escolas, instruindo as crianças como as vacinas funcionam e qual é a importância delas. Também envia para os pais o formulário para que eles possam autorizar a vacinação da covid infantil nas crianças e a gente está agendando uma data em cada escola para fazer a vacina nas escolas, com autorização dos pais, e acompanhamento dos pais, se forem necessários. É muito importante que os pais continuem, principalmente os que já vacinaram, estimulando os outros pais a se vacinarem. Todos na sociedade precisam estimular a vacinação numa grande campanha coletiva em prol da vacina."
'Nenhuma possibilidade de alterar o cenário epidemiológico', diz Soranz sobre subvariante
O secretário municipal de Saúde também disse durante a entrevista, que a circulação da subvariante da variante Ômicron, a BA.2, não representa risco para o cenário epidemiológico da cidade do Rio.
Na última sexta-feira (4), a pasta confirmou que identificou dois na capital fluminense. Segundo o titular da pasta, os dois pacientes estavam vacinados contra a covid-19, um deles ficou assintomático e outro apresentou apenas sintomas leves, e não tiveram complicações de saúde.
"Uma dessas pessoas deve ter contraído na primeira semana de janeiro a subvariante. Então, indica que a subvariante já estava circulando na cidade do Rio de Janeiro desde o início, com a circulação da variante Ômicron. A subvariante se comporta da mesma maneira que a variante Ômicron, não tem nenhuma possibilidade de alterar o cenário epidemiológico. Das duas pessoas, uma foi assintomática e a outra com sintomas bastante leves. As duas pessoas vacinadas não tiveram nenhuma complicação de saúde", esclareceu Soranz.
Mais cedo, o secretário de Estado de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, descartou a preocupação com a subvariante. Segundo Chieppe, a BA.2 tem característica e comportamento semelhantes à Ômicron e, por isso, não é classificada como uma nova variante. O secretário afirmou não acreditar em capacidade de transmissibilidade ou gravidade clínica maiores.