O governador de São Paulo, João Doria, afirmou que o estado avalia a aplicação de uma quarta dose da vacina contra a Covid, mas que fará isso "no momento certo".
"Não afirmamos que será aplicada imediatamente (a quarta dose). O fato de considerar não significa que vai aplicar imediatamente ou de curto prazo. Temos que vacinar a população todos os anos, assim como fazemos com a gripe. Temos o desafio de vacinar quem ainda não tomou a segunda dose", disse Doria em coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
Desde o fim de dezembro, a quarta dose contra a Covid é aplicada apenas em imunossuprimidos, ou seja, pessoas com alguma debilidade no sistema imunológico, como transplantados e pacientes oncológicos, e que podem desenvolver formas mais graves da doença.
Mais cedo, porém, em entrevista à Rádio Eldorado, o governador de São Paulo foi mais incisivo e disse que o estado adotaria a quarta dose "independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde".
"A hipótese (da quarta dose) já é avaliada pelo comitê científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo comitê científico aqui do governo de São Paulo", afirmou Doria à rádio, com a ressalva, porém, de que era necessário avançar antes em outras etapas da imunização.
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Na segunda-feira, o Ministério da Saúde afirmou não haver ainda dados suficientes para recomendar a aplicação da quarta dose da vacina a toda a população.
"Antes de avançarmos rumo a novas indicações no calendário do PNO (Plano Nacional de Operacionalizações), se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela Covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com o status de vacinação (vacinados x não vacinados)", disse a pasta na publicação de nota técnica sobre o tema.
Na coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, reforçou que é hora de focar em quem ainda não tomou nem a segunda dose do imunizante.
"Não gostaria nem de usar a terminologia "quarta dose". Se tivermos que dar todo ano, vamos chamar de dose de reforço. Agora, qual vacina será aplicada, quais os públicos etários, isso ainda está sendo discutido e definido no nosso programa estadual de imunização."