A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) iniciou nesta semana uma campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal, que ocorre paralelamente à campanha de vacinação contra a gripe, realizada pelas equipes de saúde bucal das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Até 16 de maio, os cidadãos que forem se vacinar contra o vírus influenza, causador da gripe, serão direcionados ao atendimento bucal da UBS para realização de exame da cavidade oral feito por um cirurgião-dentista.
Além disso, as equipes de saúde bucal da UBS fazem um trabalho de orientação, que pode ser em grupo ou individualmente, sobre a importância de ações preventivas, como higienização dos dentes e próteses, autoexame bucal, autocuidado, dieta equilibrada e consequências negativas do fumo, consumo de álcool, prótese mal adaptada, entre outros.
Em casos de alterações, os usuários terão continuidade no atendimento e deverão retornar em data agendada pela unidade para reavaliação e encaminhamento a um Centro de Especialidade Odontológica (CEO), se necessário. Caso haja suspeita de malignidade, o paciente deverá ter exame marcado com o estomatologista do CEO, sem necessidade de aguardar a reavaliação.
O câncer bucal é um tumor maligno que acomete as estruturas da cavidade oral, tais como língua, região abaixo da língua, lábios, gengivas, bochechas e região do céu da boca. A doença pode afetar ambos os sexos, mas é mais frequente em homens com idade a partir dos 40 anos.
Na capital, as UBSs são porta de entrada para o atendimento voltado à saúde bucal. Em caso de suspeita de malignidade, o paciente é encaminhado aos CEOs, onde são realizadas as biópsias e, se confirmado o diagnóstico de câncer, é feito o encaminhamento imediato para o tratamento. Todo o processo é realizado pela rede municipal.
A Assessoria Técnica de Saúde Bucal da SMS orienta que, no aparecimento de lesões (feridas) em lábios ou na cavidade oral, que não cicatrizam por mais de 15 dias, com crescimento ou com sangramento, um cirurgião-dentista seja procurado o quanto antes.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2020-2022, estima-se que o número de novos casos de câncer bucal no Brasil seja de 11.200 em homens e de 4.010 em mulheres. As regiões sudeste e sul apresentam as maiores taxas de incidência e de mortalidade da doença.
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Entre os principais fatores de risco para o câncer bucal estão o tabagismo, o consumo de álcool, a exposição solar, o vírus HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano) e antecedentes familiares. A prevenção consiste em bons hábitos alimentares, de higiene bucal e uso de filtro solar.
Em 2020, a Assessoria Técnica de Saúde Bucal iniciou o monitoramento de casos, quando 209 passaram por biópsia, com resultado positivo para câncer bucal. Destes, 72% eram do sexo masculino e 61% tinham idade igual ou superior a 60 anos; 77,5% dos pacientes informaram já terem sido fumantes e 57% ingeriram bebida alcoólica.
Em relação ao tipo histológico, 90% eram de carcinoma espinocelular, epidermoide ou de células escamosas. A língua foi a região acometida em 40% dos casos, seguida do assoalho bucal (19%) e lábios (16%).
Em 2021, foram 231 casos identificados, sendo que 83,5% dos pacientes eram do sexo masculino e 57% tinham idade igual ou superior a 60 anos; 82% já foram fumantes e 66% já ingeriram bebida alcoólica.
Em relação ao tipo histológico, 90% dos casos eram de carcinoma espinocelular, epidermoide ou de células escamosas. A língua foi acometida em 37% dos casos, seguido do palato (16%) e do lábio (15%).
Todos os casos identificados pelos estomatologistas dos CEOs foram inseridos para tratamento na atenção terciária.
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