HPV: uma dose da vacina já protege contra o câncer do colo do útero, diz OMS
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
HPV: uma dose da vacina já protege contra o câncer do colo do útero, diz OMS

Uma dose da vacina contra o HPV já é suficiente para conferir uma sólida proteção contra o câncer do cólo do útero. A conclusão é do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da Organização Mundial da Saúde (SAGE). A expectativa é que isso aumente a cobertura vacinal e seja um divisor de águas para a prevenção da doença.

De acordo com o grupo, a proteção contra o HPV, o vírus que causa o câncer do colo do útero,conferida pela dose única da vacina é comparável aos esquemas de duas ou três doses, utilizados atualmente.

O câncer do cólo do útero é considerado um "assasino silencioso", quase totalmente evitável pela vacina. Entretanto, globalmente, a adesão à vacina tem sido lenta e baixa, de acordo com a OMS. Em 2020, a cobertura global com duas doses foi de apenas 13%. Um número praticamente irrisório em relação à meta de 90% de cobertura.

Os fatores que contribuíram para isso incluem desafios de fornecimento e programáticos, custos relacionados à entrega de duas doses e custo relativamente alto das vacinas contra o HPV, principalmente para países de renda média.

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No Brasil, o imunizante é oferecido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI)  para meninas de 9 a 15 anos e meinos de 11 a 14 anos. Mesmo assim, a cobertura vacinal para duas doses é baixa. Em 2020, o índice ficou em 40% para as meninas e 30% para os meninos. Por outro lado, a cobertura da primeira dose foi mais alta, em especial para meninas: 70%. Para os meninos, foi de apenas 40%.

Mais de 95% do câncer do colo do útero é causado pelo HPV sexualmente transmissível, que é o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres em todo o mundo, com 90% dessas mulheres vivendo em países de baixa e média renda.

Com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal e eliminar o câncer do cólo do útero, o SAGE recomendao esquema com uma ou duas doses para meninas de 9 a 20 anos e duas doses, com intervalo de 6 meses entre elas, para mulheres com mais de 21 anos. Anteriormente, a recomendação era de, no mínimo, duas doses.

Indivíduos imunocomprometidos, incluindo aqueles com HIV, devem receber três doses, se possível, e, se não, pelo menos duas doses. Há evidências limitadas sobre a eficácia de uma dose única neste grupo.

"Acredito firmemente que a eliminação do câncer do colo do útero é possível. Essa recomendação de dose única tem o potencial de nos levar mais rápido ao nosso objetivo de ter 90% das meninas vacinadas aos 15 anos até 2030", disse a médica Princesa Nothemba (Nono) Simelela, diretora-geral adjunta da OMS.

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